Mercado de boi deve manter cotações elevadas.O consumidor mineiro deve continuar pagando mais caro pela carne bovina.
Os preços da carne bovina deverão manter-se em alta até fevereiro de 2009, final do período de entressafra no Estado. A estimativa é a de que fatores como seca, desova dos confinamentos e muitos contratos de venda já assinados deverão manter este mercado valorizado nos próximos meses.
De acordo com avaliação do superintendente de Marketing da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), João Gilberto Bento, a expectativa para o próximo ano é que o mercado de boi gordo mantenha as cotações elevadas, devido à pouca oferta de animais.
"Historicamente, os preços começam a perder força entre dezembro e fevereiro, quando as chuvas começam a se firmar, melhorando os pastos e ajudando na engorda, mas neste ano existe escassez de animais. Com o período chuvoso, a oferta de carne deverá registrar um pequeno incremento", explicou.
Mesmo em um momento desfavorável, atribuído à insegurança das indústrias em firmarem contratos futuros em função da crise, os preços praticados estão sendo mantidos no mercado. "Segundo ele, a produção é cada vez mais dependente do mercado internacional, mesmo com o comércio interno mantendo liquidez. As exportações alavancaram os negócios, com a tonelada sendo cotada a US$ 3,2 mil enquanto o preço histórico era de US$ 2,4 mil.
Tendência - Mesmo enfrentando período de crise, caso o preço internacional sofra alguma redução a tendência é de manutenção de preços médios que continuarão remunerando os criadores, avaliou o superintendente. "A perspectiva aponta para recuperação no volume de oferta a partir de 2010, caso o preço da carne bovina se mantenha estável no decorrer de 2009. Mas o fator conjuntural ainda pode afetar as previsões para o segmento, que está dependendo da crise mundial", salientou.
Bento acredita que, caso 2009 se configure um ano de normalidade no mercado de carnes, a perspectiva de estabilização no volume para o ano seguinte tem tudo para ocorrer. Segundo ele, os bezerros foram valorizados no mercado e as fêmeas que nasceram em 2008 vão começar a gerar crias em 2010. "O preço no mercado interno atingiu um bom patamar, com os consumidores conseguindo arcar com os reajustes dos preços. A questão é saber se o varejo conseguirá segurar os preços praticados neste exercício", observou.
Para o superintendente, os produtores estão conseguindo boa remuneração pelo produto, que entre 2002 e 2007 registraram preço médio de R$ 50 por arroba. Esse patamar era inferior aos custos de produção e fez com que muitos produtores arcassem com prejuízos no decorrer do período, sendo que muitos optaram por descartar as matrizes. Atualmente, o preço da arroba no Estado está se mantendo em torno de R$ 85, minimizando os prejuízos acumulados nos anos anteriores.
Veículo: Diário do Comércio - MG