Suinocultura se prepara para exportação recorde em 2012

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O setor de suinocultura prevê a volta dos investimentos em 2011, puxados pela valorização da carne, pela forte demanda do mercado interno e principalmente pela abertura de mercados internacionais, como os Estados Unidos, a China, a Coreia do Sul e o Japão. A previsão é de Pedro de Camargo Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs).

 

A produção de carne suína cresceu 1,5% neste ano, em comparação a 2009, passando de 3,19 milhões para 3,24 milhões de toneladas. Entretanto, a quantidade de cabeças para abate foi o mesmo, em torno de 34 milhões de unidades.

 

Neto explicou que o peso médio do abate cresceu 3,5% nesse período, puxando o crescimento da produção.

 

Para 2011, a expectativa é que tanto a produção quanto o número de abates fique em linha com 2010, isso porque o impacto da crise financeira global de 2008 inibiu investimentos para ampliação do setor nos últimos anos. "A crise econômica global teve grande impacto no setor, que resolveu não investir em 2010. Além disso, duas grandes empresas do setor decidiram não ampliar os negócios e com isso as companhias menores, que se baseiam nas maiores, também não investiram. Portanto, não teremos tanta carne em 2011. Ficaremos em linha com este ano", afirmou.

 

Neto contou que os investimentos previstos para 2011 trarão mais tranquilidade ao setor em 2012, que poderá contar com um volume maior para exportação. "Já ouvi rumores que em 2012 as coisas ficarão melhores para os suínos e acredito nisso".

 

Quanto às exportações, ele garantiu que a situação não poderia ser mais otimista. Com a liberação do governo dos EUA à importação de carne suína de Santa Catarina, em 2011, após a habilitação dos frigoríficos do estado, o Brasil já deverá negociar um pequeno volume para o mercado norte-americano. "O momento é para os frigoríficos se habilitarem. E no ano que vem já poderemos ter alguma coisa de exportação para os EUA. O volume ainda será pequeno e não passará de 10 mil toneladas. Em 2012 esperamos um volume um pouco maior, em média 40 mil toneladas", comentou Neto.

 

Outra novidade foi a vinda das missões chinesas ao Brasil para negociar a importação, no futuro, da carne suína. Segundo ele, as visitas foram boas e a expectativa agora é pela liberação do relatório que analisa a produção. "A visita foi boa e correu tudo bem. Só falta agora eles nos enviarem o relatório. Não sei como nos saímos, por isso irei até lá, no começo do ano que vem, para ver se escuto algo mais consistente", frisou.

 

Além destes dois paises, a Coreia do Sul, que já realizou uma missão ao país, em abril deste ano, confirmou, em visita, que pretende agendar uma segunda missão técnica, no primeiro trimestre de 2011. A Coreia é o terceiro maior mercado para suínos no mundo, atrás apenas de Japão, que importa mais de 1 milhão de toneladas por ano, e Rússia, com pouco mais de 470 mil toneladas.

 

Para Neto a expectativa do setor é que as definições com a Coreia saíssem ainda este ano. Para ele este mercado irá gerar uma grande disputa no mercado brasileiro. "A Coreia decidiu que no primeiro trimestre eles farão a segunda visita. Quando eles abrirem o mercado haverá uma grande corrida para negociar com eles", contou.

 

Em 2011 o presidente da entidade ainda espera a definição de mais dois mercados: o Japão, que fará a primeira visita ao Brasil no primeiro trimestre de 2011, e a União Europeia.

 

Apesar de toda essa euforia, Neto comentou que a abertura de novos mercados não representará aumento considerável na exportação de carne suína durante o ano. Ele confirmou que o Brasil não tem capacidade para atender a toda esta demanda no ano que vem. "Não temos tanta carne para 2011, mas o importante é abrir novos mercados. Não é no dia seguinte que exportaremos 50 mil toneladas também, nem esperamos isso. Se abrir não temos carne. Acredito que o Brasil exportará 600 mil toneladas em 2011", finalizou Camargo Neto. Em relação à redução das cotas oriundas da Rússia, ele afirmou que o Brasil não tem que ceder a pressão.

 


Veículo: DCI


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