Associações setoriais se dizem alarmadas com a escassez de camarão no Brasil.
O setor reclama que há falta do produto no mercado, devido a uma barreira sanitária e à pesca predatória.
A barreira é a norma técnica nº 39, de 1999, que proíbe importação do crustáceo de cativeiro.
O objetivo, à época, era impedir a entrada da doença mancha branca no país.
As associações afirmam que pedem ao Ministério da Pesca e Aquicultura a revogação da norma, para que o mercado interno possa competir com o internacional.
A doença chegou ao Brasil há anos e está sob controle, segundo afirmam a ABF (associação de franchising) e a ANR (de restaurantes), entre outras entidades.
A outra razão é a queda da produtividade do camarão selvagem (o pescado no mar) devido à pesca insustentável.
Sem que a oferta interna acompanhasse a demanda e com as restrições à importação, o preço subiu, principalmente neste ano.
Dependendo do tamanho, o preço pode ser de US$ 6 no exterior e US$ 13 no Brasil. Em 2002, a diferença não superava US$ 0,50.
Um dos signatários da requisição feita ao ministério, Sérgio Kuczynski, da ANR, diz que os associados estão "à mercê" do mercado nacional. "O preço fica especialmente alto na entressafra."
Fernando Perri, da Vivenda do Camarão, diz que o produto está sendo elitizado e que fechou seis lojas na Europa pois sua fábrica de congelados não pode competir com o preço internacional.
O ministério informou que não recebeu "carta ou texto formal" sobre reivindicações quanto à importação.
Veículo: Folha de S.Paulo