Ponto Frio esquenta a briga pelo mercado de livros digitais

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As livrarias têm um concorrente de peso agora: a rede Ponto Frio, do Grupo Pão de Açúcar, que dá inicio às vendas de livros digitais (e-books) em seu site de comércio eletrônico (e-commerce). O objetivo é chegar 5 mil títulos até o fim deste ano e sair à frente da concorrência de varejistas de eletroeletrônicos que ainda não optaram pela comercialização do novo modelo de leitura. Em média, os e-books são 30% mais baratos do que os livros tradicionais. A estimativa é de que, em 2011, as vendas de e-books representem até 10% da venda de livros por e-commerce no Ponto Frio. A última estatística da Associação Amerciana das Editoras (APP) mostrou que os e-books ocupam 4% do mercado total das vendas de livros nos Estados Unidos, o equivalente a US$ 27,4 milhões.

 

Os títulos disponíveis são compatíveis à maioria dos leitores de livros digitais (e-readers). "O fato de o e-book não ter restrição possibilita mais liberdade e flexibilidade ao leitor. O formato principal será o e-Pub, compatível com os principais canais de uso", disse Cláudio Campos, gestor da área de distribuição digital do site. "A compra no site será semelhante a um download de jogos: o cliente escolhe o título, efetua a compra, recebe o link e baixa o download."

 

Com a incursão nesse novo negócio, o Pontofrio.com.br segue o caminho da americana Amazon, famosa por vender livros na internet e criadora do Kindle - leitor de livros digitais. Pelo pioneirismo do site do Ponto Frio no Brasil, analistas acreditam no sucesso do negócio e já fazem contas. "O Ponto Frio sai à frente ao começar a se preparar para essa tendência mundial de e-books. Daqui há alguns anos, quando outras grandes do varejo iniciarem as vendas, ele estará na frente pela fidelização e quantidade no acervo", diz Renata Fiscalli Santos, pesquisadora em tecnologia e e-commece da Universidade de Campinas (Unicamp).

 

Nos Estados Unidos a venda de e-books já é realidade e demonstra ser tendência no país. "A venda de e-books de 13 editoras que reportam seus resultados à Associação Americana de Editoras cresceu cerca de 252% no primeiro trimestre de 2010", disse o executivo do Ponto Frio, que acredita no potencial brasileiro no próximo ano com a participação dos e-books, com equivalente aos resultados americanos em 2009.

 

Fora o Ponto Frio, outras redes de varejo, exceto livrarias, também acompanham o segmento. De acordo com Marcelo Ribeiro, diretor de e-Commerce da Ricardo Eletro, a rede mineira de eletroeletrônicos também já vislumbra a possibilidade de vender e-books. "Há estudos avançados para o início das vendas, já que o segmento é tendência no e-commerce", afirmou o executivo, que ainda não pode dar datas sobre o início das vendas no site.

 

Livrarias

 

Quem já apostou no ramo de e-books no Brasil foram as livrarias Saraiva e Cultura. A Saraiva atua desde junho em vendas digitais, e hoje sua área on-line tem 1.500 títulos nacionais e 160 mil livros estrangeiros. A expectativa, segundo Marcílio Pousada, presidente da empresa, é atingir 5.000 livros brasileiros em 2010. O executivo estima ainda que as vendas virtuais superem as compras nas lojas, em cinco anos. Hoje, o e-commerce perfaz 35% do faturamento.

 

Há ainda estudos para a Saraiva lançar seu próprio leitor digital, e a rede está na fase de finalização de contratos. "Estamos muito preocupados em fornecer uma boa experiência para o leitor e em preservar todo o processo produtivo desta cadeia, com lucros para o autor, a editora e para nós. Queremos chegar mais perto do que a Amazon faz", disse Pousada, explicando que o leitor de e-books será compatível a formatos populares no mercado.

 

Para o diretor-geral da consultoria e-bit, Pedro Guasti, o fortalecimento de vendas de e-books vem do hábito de fazer download. "A comercialização de downloads é um caminho sem volta; sai na frente quem atrair melhor o cliente", disse. O executivo acredita que esse mercado será impulsionado com a expansão da banda larga e a queda dos preços dos equipamentos de leitura portátil, como Kindle e iPad.

 

Na livraria Cultura, onde 20% da receita é de vendas on-line, com e-books desde março, hoje são 120 mil títulos em inglês e 500 em português. O diretor da livraria, Sérgio Herz, negou a possibilidade de a Cultura lançar seu leitor próprio. "Estaremos sempre atrás das grandes marcas especializadas, por isso esperaremos o melhor momento para pensar no assunto", disse. "Com a nova modalidade não teremos problemas de livros esgotados."

 


Veículo: DCI


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