Redecard e Cielo fazem aposta nos celulares

Leia em 3min 10s

Empresas investem em tecnologia para incentivar o uso do telefone como substituto do cartão de crédito

 

O fim da exclusividade no setor de cartões, que eliminou a necessidade de manutenção de duas máquinas de pagamento pelos varejistas, transferiu a disputa entre as gigantes do setor para a tecnologia. As credenciadoras correm para ocupar o potencial de expansão dos pagamentos via celular no País: a Cielo compra e faz parcerias com empresas do segmento, enquanto a Redecard busca integrar o telefone às máquinas do comércio.

 

A Cielo montou uma parceria com o Banco do Brasil e a operadora Oi para reforçar o Oi Paggo, braço de pagamentos da operadora móvel que atende cerca de 75 mil estabelecimentos em todo o País, sendo especialmente forte na Região Nordeste. É o segundo negócio da credenciadora em dois meses: em agosto, a empresa havia desembolsado R$ 50 milhões para assumir o controle de outra companhia similar, a fluminense M4U. Desde o início do ano, circulam notícias de que a Oi buscava um parceiro para ajudar na operação do serviço de pagamentos.

 

De acordo com Eduardo Tude, presidente da consultoria Teleco, a parceria estratégica faz sentido tanto para a Oi quanto para a Cielo. Ele afirma que, para o pagamento por celular crescer no País, as credenciadoras, que têm este mercado como negócio principal, precisam estar envolvidas na operação. "Assim, fica mais fácil de o serviço se tornar mais universal, de o pagamento de compras ser um serviço usado por clientes de várias operadoras", diz o especialista.

 

Interesse. Conforme pesquisa da Teleco e da empresa Acision, o uso do celular para pagamentos no Brasil ainda é baixo: durante o primeiro semestre de 2010, somente 3% dos usuários de telefonia móvel no Brasil disseram ter usado o aparelho para comprar um produto ou pagar uma conta. Um levantamento feito no fim de 2009 mostra que, apesar das ressalvas relativas à segurança, 71% dos entrevistados afirmaram que usariam o celular para substituir cartões de crédito ou de débito, enquanto 66% disseram que o telefone poderia ser uma opção válida para consultar saldo ou movimentar a conta no banco.

 

Apesar de o Brasil já ter mais de um telefone celular por habitante, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o uso da tecnologia para pagamentos está bem aquém de mercados desenvolvidos, como o Japão, onde 50% dos clientes de telefonia móvel usam o aparelho para este fim, e também de nações mais pobres, como o Quênia, onde o celular se tornou uma alternativa para a população sem acesso a bancos.

 

"Ponte". Para vencer a desconfiança do consumidor com relação à migração do cartão para o celular, a Redecard desenvolveu um serviço que usará as máquinas do comércio como "ponte". Estará disponível em testes, a partir do mês que vem, um sistema em que o cliente vai cadastrar o celular no banco emissor do cartão.

 

Depois disso, poderá ir às lojas e digitar o número de telefone na máquina, seguido da senha do cartão. Para confirmar a compra, receberá um código por SMS, que também deverá ser informado à máquina.

 

A partir de outubro, o projeto estará disponível para clientes Itaucard-Vivo, em 600 mil estabelecimentos do País. A meta é estender o serviço para as 1,3 milhão de máquinas da empresa no início de 2011 - clientes de todas as bandeiras, bancos e operadoras poderão usar a novidade.

 

"Cada consumidor poderá fazer o cadastro de até nove cartões, incluindo o ticket alimentação", explica Milton Iuki, diretor executivo de produto e marketing da Redecard.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


Veja também

Promoções online

Sites de descontos surgem como aliados das empresas na divulgação de produtos e serviços e no aumen...

Veja mais
Compras coletivas ganham espaço no Brasil

Recém-chegado ao Brasil, o conceito de compra coletiva feito pela internet é um modelo de negócios ...

Veja mais
Lojistas repassam taxa menor de cartão

Os lojistas de Belo Horizonte estão repassando a redução de custos, decorrente da unificaç&a...

Veja mais
Varejo começa a sentir efeitos da maior competição nos cartões

O mercado de cartões de crédito começa a sentir os efeitos das medidas para ampliar a competi&ccedi...

Veja mais
Cartão de rede ganha espaço no varejo

Forma de ampliar vendas e maneira concreta de manter a fidelidade do cliente, os cartões próprios das loja...

Veja mais
Cartões: Quase três meses após abertura do mercado, varejo consegue baixar taxa

O cenário do balcão do lojista começa a mudar. A confusão de várias maquininhas de ca...

Veja mais
BuscaPé entra no negócio de compras coletivas on-line

O Buscapé, site de comparação de preços na internet, anunciou ontem sua entrada no mercado d...

Veja mais
Comerciantes ainda mantêm vários terminais

Mesmo diante da unificação das máquinas de cartões de crédito, lojistas continuam opt...

Veja mais
Maior competição nos cartões começa a derrubar taxas para os lojistas

Corte. Taxa média cobrada das credenciadoras ao varejo caiu 0,7 ponto porcentual, de 3,2% para 2,5%, segundo dado...

Veja mais