Varejo busca protagonismo em ação de sustentabilidade

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A atuação de redes varejistas em programas de sustentabilidade e responsabilidade social que cobrem o ciclo do consumo desde o produtor até o consumidor está em ascensão no país com resultados significativos. "Como agentes de comunicação, temos o papel de passar, nas lojas, informações para conscientizar o consumidor", afirma a presidente de responsabilidade social da Associação Paulista de Supermercados (Apas), Virginia Galassi.

A presidente da fabricante de lâmpadas FLC e da ONG Amigos do Bem, Luciane de Albanesi, apresentou os resultados de ações da entidade no atendimento à população carente no sertão nordestino, onde já foram construídas quatro "Cidades do Bem", estruturadas com centros educacionais, consultórios médicos e odontológicos, saneamento e eletrificação, onde vivem mais de 3 mil pessoas.

O projeto tem 9,6 mil famílias cadastradas e atende regularmente 60 mil pessoas. Mensalmente, arrecada e distribui 185 toneladas de alimentos, com participação do varejo. "Se não posso fazer tudo o que devo, devo ao menos fazer tudo o que posso", diz Luciane.

Na Supermercados São Vicente, do litoral paulista, as ações de sustentabilidade tiveram início em 2007. A rede de 48 anos conta com 18 supermercados, dois atacados, sete drogarias, seis restaurantes e tem 2,8 mil empregados e tem, como tema das suas ações, a eficiência no consumo.

O diretor de operações, Mauricio Cavicchiolli, diretor de responsabilidade ambiental da Apas, observa que, para render mais confiança, o foco em sustentabilidade deve primeiro envolver o público interno, já que empresas solidárias criam funcionários idem, com orgulho de trabalhar na empresa.

No Walmart, as iniciativas foram desenhadas depois que um estudo apontou, em 2005, os impactos do varejo no meio ambiente. Como 92% do total é indireto, via cadeia de suprimentos, a rede buscou escala na atuação com fornecedores sustentada nos pilares clima e energia, resíduos e produtos mais sustentáveis. O Brasil ganhou um quarto pilar: pessoas, com foco em funcionários e conscientização de clientes.

Um dos programas resultantes é o Clube dos Produtores, voltado à compra direta de alimentos de pequenos e médios produtores, principalmente perecíveis e hortifrutis. Mais de 8 mil famílias respondem por 20% das compras de hortifrutis da rede. Segundo Tatiana Trevisan, gerente de sustentabilidade da rede, além do impacto nas comunidades, graças à geração de renda e ao acesso direto ao varejo, a iniciativa rendeu produtos mais frescos, acesso a produtos regionais, eliminação de logística e redução de preços, além de fidelização dos clientes que reconhecem a contribuição social dos produtos.

Laura Pires, gerente de sustentabilidade do Grupo Pão de Açúcar, apresentou ações envolvendo clientes, fornecedores e funcionários. No primeiro caso, mostrou o avanço no ciclo de reciclagem que teve início com estações de coleta, em 2001, e agora rende cerca de 1 milhão de embalagens para produtos de marcas próprias Taeq e Qualitá. No fim do ano passado, a inclusão de embalagens Tetra Pak no processo rendeu 400 mil embalagens só nos primeiros três meses do ano.

Outra iniciativa, em parceria com a ONG CDI, estimula a inclusão digital do público DC cliente das Casas Bahia por meio de um caminhão itinerante com cursos e palestras que, desde 2009, já distribuiu 24 mil certificados e beneficiou 38 mil municípios em todo o país.

Já o projeto Caras do Brasil tem foco em comércio ético e solidário. Criado há dez anos pelo Instituto GPA para valorização de culturas locais, envolve mais de 140 produtos e 56 organizações de 12 Estados, beneficiando mais de 40 mil pessoas em torno de pequenos produtores de alimentos e artesanato brasileiro.

No Carrefour, a plataforma de sustentabilidade inclui desde estações de reciclagem nas lojas, logística reversa e redução de desperdício até estímulo à diversidade e erradicação de produtos transgênicos. "Buscamos fazer com que a marca própria sirva de exemplo tendo como ponto de partida questão social e ambiental", diz Paulo Pianez.



Veículo: Valor Econômico


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