O Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Sorvete de Minas Gerais (Sindsorvete MG) desenvolveu neste ano o "Diagnóstico da Cadeia Produtiva do Sorvete de Minas Gerais". Para realizar o levantamento, foram entrevistadas mais de 100 empresas no Estados com o intuito de conhecer a realidade do setor. Para o segmento, as principais vantagens do documento são a detecção das lacunas, conhecer as especificidades da área e a história da atividade produtiva na região.
Cerca de 73% das empresas mineiras estão localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), 11% estão situadas no Vale do Rio Doce, 6% no Oeste de Minas, 4% no Triângulo Mineiro e 3% no Campo das Vertentes. Quanto ao ramo de atividade, 61 atuam no atacado e varejo, 28 apenas na comercialização dos produtos e 11 só no atacado.
Com relação ao faturamento, 64% das empresas são classificadas como microempresas de pequeno porte, categoria que inclui aquelas que possuem movimentação financeira de até R$ 200 mil por mês. Entre os microempreendimentos, 30% das empresas têm faturamento de até R$ 5 mil por mês. Os negócios que atuam apenas no varejo são de maior porte, com faturamento bruto superior a R$ 100 mil.
O conhecimento da fabricação de sorvete artesanal caracteriza-se por ser repassado entre gerações familiares. Este fator foi o motivador do empreendimento para 25% das empresas ouvidas pela pesquisa. Outros 48% dos negócios foram criados em função da boa oportunidade a partir da diferenciação de produtos e 16% das empresas foram abertas por ex-funcionários do setor.
Em 84% das empresas, a gestão é realizada pelo proprietário. Apenas 8% dos empreendimentos contratou um profissional especializado na gerencia de negócios. Grande parte das tarefas internas é executada pelo empreendedor. As atividades realizadas por funcionários está relacionada à produção (60%), vendas (57%) e manutenção (39%).
Mercado - Dados divulgados pelo Euromonitor, empresa de pesquisa internacional, apontam que até 2005 a liderança na produção de sorvetes era dos Estados Unidos, com cerca de 6 bilhões de litros por ano. Quanto ao consumo, a Nova Zelândia se destaca com 26,3 litros por habitante anualmente. No Canadá e na Austrália o volume fica em cerca de 18 litros e em países como Suiça, Suécia e Finlândia, 15 litros.
No Brasil, a ingestão de sorvetes ainda é baixa em comparação com países nórdicos. Segundo a Associação Brasileira de Sorvetes (Abis), o consumo per capita é em torno de 3,5 litros. Em outros países da América Latina, como a Argentina e o Chile, a compra do produto chega a ser, respectivamente, de 5 litros e 6,5 litros.
Na Europa e Estados Unidos a procura por sorvetes não varia de acordo com a época do ano. Já no Brasil, as indústrias de sorvetes vendem 70% da podução entre os meses de setembro e fevereiro, o que faz com que toda a cadeia do setor seja sazonal.
A indústria do sorvete no Brasil conta com um parque industrial com cerca de 5 mil estabelecimentos. O segmento é composto principalmente por microempresas, que correspondem a 89% do total. A concentação maior dos empreendimentos é nos grandes centros urbanos e o perfil de fabricação é mais artesanal do que industrial. De acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o setor emprega cerca de 19 mil pessoas diretamente. Este quadro pode sofrer elevação de até 40% durante o verão. (CC)
Veículo: Diário do Comércio - MG
