Consumidor estrangeiro serve arroz à brasileira

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Para o arroz brasileiro nunca houve um mês tão bom no mercado internacional como o de agosto deste ano. Foram embarcadas 122 mil toneladas do grão. Com as outras 339 mil despachadas nos meses anteriores, o País já superou o volume exportado em todo o ano de 2007.

 

Se até dois anos praticamente só o mercado africano consumia o arroz brasileiro - quebrado -, em 2008 o produto alcançou países de quase todos os continentes (com exceção da Oceania), além de chegar de outro modo: inteiro.

 

De acordo com o Instituto Riograndense do Arroz (Irga), 267 mil toneladas do total exportado neste ano eram de arroz beneficiado. Isso, segundo Marco Aurélio Tavares, consultor do instituto, caracteriza uma mudança no perfil das exportações. Em 2007, apenas 19,9 mil toneladas deste tipo de arroz alcançava o mercado externo. O volume deste ano significa um crescimento estratosférico de 1.200%.

 

Para se ter uma dimensão deste crescimento, só a trading Rice Brazil exportou até agora 33 mil toneladas - um aumento superior a 30% em relação ao mesmo período do ano passado. A empresa espera fechar 2008 com um volume de 45 mil toneladas, informa o presidente, Pércio Greco.

 

O produtor acompanha essa tendência ampliando a área cultivada. Na última safra, o agricultor gaúcho Sérgio Sant’Anna plantou em uma área 20% maior que a cultivada no ano anterior, tamanho que deve se manter na atual.


Esse recorde histórico nas exportações batido pelo arroz brasileiro foi impulsionado sobremaneira pelas restrições de alguns tradicionais exportadores do produto. Países como Vietnã e Tailândia mantiveram as portas fechadas para o mercado internacional por nove meses. Tempo suficiente para o produto brasileiro cativar seu lugar no mesmo mercado. "Até 2005 nós não estávamos no mapa das exportações, hoje ocupamos a oitava posição no ranking dos maiores exportadores de arroz do mundo, e até 2010 queremos chegar entre os cinco", planeja o presidente do Conselho Consultivo da Federação do Arroz (Federarroz), Valter José Pötter. Para atingir esta meta, Pötter diz que a exportação tem de atingir um milhão de toneladas em dois anos.

 

Tavares lem-bra que a entrada histórica do produto brasileiro em mercados como Irã, Cuba e Venezuela, verificada em 2008, pode consolidar essa arrancada nas exportações.

 

"É cedo ainda para comemorar. Eu não me arrisco a prever que teremos esse desempenho no próximo ano. Fomos oportunistas, aproveitamos uma situação anormal do mercado e ainda não sabemos se vamos continuar firmes nele em 2009", afirma Greco. Mas o presidente do Irga, Maurício Fischer, nem cogita esse temido recuo. "O mundo já provou a qualidade do arroz brasileiro, agora não tem mais volta". Até o final do ano o Brasil deve alimentar o mercado externo com pelo menos mais 240 mil toneladas do grão.

 

Veículo: Gazeta Mercantil 


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