Parmalat fecha fábrica, demite e prepara leilão de ativos

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A Parmalat Brasil, controlada pela Laep Investments, fechou outra unidade de produção no país, fez demissões e vai leiloar ativos não-operacionais para fazer capital de giro. Pressionada pela falta de liquidez, a empresa encerrou as operações na fábrica de leite longa vida de Frutal (MG), que arrendou por 10 anos com opção de compra, da Cooperativa Mista de Produtores Rurais de Frutal. Também fez demissões em Itaperuna (RJ), onde produz leite longa vida e em pó. 

 

Em nota, a empresa disse que decidiu transferir a produção de Frutal para a planta de Votuporanga (SP) e desativar as operações como "parte de um conjunto de medidas que visam ajustar a estrutura da empresa às demandas de mercado e buscar maior eficiência, concentrando as linhas de produção em fábricas localizadas nas proximidades dos maiores centros de consumo e das principais bacias leiteiras". 

 

Dentro dessa reestruturação, após um prejuízo de R$ 73 milhões no segundo trimestre, a empresa já vendeu os ativos da Poços de Caldas e repassou a licença da marca Paulista para o laticínios Morrinhos, da GP Investimentos, no fim de agosto. As operações haviam sido adquiridas há menos de cinco meses da Danone. A Parmalat também fechou a planta de Ouro Preto d'Oeste (RO) em agosto passado. 

 

Segundo o presidente da Cooperativa de Frutal, André Luís Resende, a fábrica na cidade deixou de operar na segunda-feira e todos os cerca de 40 funcionários foram demitidos. Ele disse que a Parmalat já comunicou que deseja encerrar o contrato que fez com a cooperativa. Apesar da suspensão das operações, a empresa não atrasou o pagamento de fornecedores de leite, disse. 

 

Carlos Orioli, gerente da representação da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), na cidade, disse que houve demissões na fábrica da Parmalat em Itaperuna, mas não soube informar o número de dispensados. 

 

O Valor apurou que a Parmalat estuda vender ativos não operacionais por meio de um leilão. A medida foi cogitada há alguns meses e, diante da situação atual da controladora Laep - cujas ações já recuaram 90,53% na bolsa desde o lançamento - a ordem é que o processo seja apressado. Como a Parmalat Alimentos está em recuperação judicial, antes de vender qualquer item, precisa fazer uma avaliação de preço de mercado e submeter a lista de ativos à Justiça para que ela aprove a venda. 

 

Os ativos que podem ser vendidos são máquinas antigas, hoje sem utilidade; baús de caminhões, já que a empresa não faz mais distribuição logística, e até máquinas de escrever. Os recursos obtidos deverão entrar para o caixa da empresa, mas acredita-se que não serão economicamente relevantes. O processo está na fase de listagem dos itens e avaliação de valores, que serão usados como preço mínimo no leilão. Quando esse procedimento acabar, será pedida autorização ao juiz Alexandre Alves Lazzarini, que cuida da recuperação judicial, para que aprove a venda. 

 

O Valor apurou ainda que o processo de recuperação judicial da Parmalat, apesar da situação difícil da Laep, transcorre sem sobressaltos, com os pagamentos aos credores obedecendo aos cronogramas estabelecidos. A empresa gasta cerca de R$ 3 milhões mensais, que são rateados entre os os credores. 

 

Veículo: Valor Econômico


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