Varejo se prepara para o Natal com importado

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Várias redes varejistas e supermercadistas dizem estar preparadas para o final do ano, com cerca de 30% mais itens importados do que em 2007, aproveitando o câmbio favorável e as boas expectativas de vendas no Natal. Por terem feito seus pedidos há cerca de dois meses, as empresas fizeram contratos a dólar mais em baixa e estão otimistas com a variação da moeda para cima, há oito semanas, o que indica que seus produtos serão vendidos na alta do câmbio, rendendo mais aos comerciantes, que destacam maior sortimento de itens para a casa, objetos de decoração, roupas, brinquedos e bazar.

 

O Carrefour é um que aumentou em 30% os itens importados, para atender à grande demanda das vendas de Natal. Só na sua área de bazar, por exemplo, prevê um crescimento de 15% nas vendas de importados. A rede francesa importa produtos de vários segmentos, mas destaca principalmente itens da área de lazer, bazar e decoração, como utensílios de inox, móveis e itens de camping e praia, que vêm de diversos países asiáticos, como China, Vietnã, Tailândia e Índia.

 

Sem dispor de porta-voz para falar do assunto, o Carrefour afirma que, mesmo com os importados, está conseguindo negociar preços com fornecedores para torná-los mais competitivos. "As agressivas negociações que fazemos com nossos fornecedores muitas vezes permitem que o produto chegue com valor promocional ao consumidor."

 

A concorrente rede norte-americana Wal-Mart ressalta seu braço no atacado, o Sam's Club, que afirma começar este mês a vender produtos de Natal porque entre seus consumidores estão também pequenos comerciantes, restaurantes, padarias e bares, que precisam se organizar antes para a data. O Sam's Club diz estar trabalhando com variedade 20% maior de produtos e espera que as vendas cresçam ao menos 33% em relação à data passada.

 

Nos itens natalinos de decoração, incluindo brinquedos e presentes, cerca de 90% dos produtos são importados. Além de aproveitar o câmbio favorável e o aquecimento do mercado, a empresa diz que outra vantagem dos importados é serem diferenciados e se encaixarem dentro do conceito "luxo acessível", atraindo mais consumidores.

 

A Cooperativa de Consumo (Coop), que possui 25 unidades no Estado de São Paulo, também está com mais produtos vindos de fora, principalmente da China. De acordo com Edson Rodrigues, gerente de Compras da área de bazar e eletro, a maioria das importações é de produtos de utilidade doméstica, que a empresa antes não importava. "Os importados são mesmo uma tendência para o final do ano. Os próprios fornecedores nos ofereceram, e nos deram oportunidades que valeram a pena para nós, além de trazerem mais variedade à rede", explica.

 

O gerente também diz que em alguns segmentos a Coop antecipou um pouco as encomendas em relação ao ano passado, para evitar surpresas e se prevenir para o Natal, para o qual alguns itens já devem chegar em setembro às lojas. A rede espera um crescimento de 15% a 20% nas vendas do período.

 

Não só os supermercados, mas varejistas de várias áreas estão se preparando, incluindo os da região da 25 de Março, na capital paulista, como é o caso da Armarinhos Fernando, que possui 11 unidades na Grande São Paulo e cuja matriz fica nessa conhecida rua comercial. O gerente da loja, Ondamar Ferreira confirma que está sendo vantajoso para o comércio trabalhar com mais importados, mas que a rede importa mais na área de brinquedos, que vêm principalmente da China.

 

"Os importados têm representado cerca de 2% dos produtos vendidos, mas é um número significativo se considerarmos as grandes quantidades e o volume que compramos", diz. Para ele, a importação compensa por serem produtos baratos e diferentes dos nacionais. As encomendas são feitas em agosto, porque são realizadas de uma vez para o Dia da Criança e para o Natal. A rede ainda espera um crescimento de 5% a 7% nas vendas na data, em comparação ao mesmo período do ano passado.

 

Vestuário

 

Outro segmento que costuma trabalhar com ênfase na venda de itens importados é o de vestuário. Cerca de 5% dos produtos da Renner, por exemplo, são importados, mas, em entrevista recente ao DCI, o presidente da rede, José Galló, afirmou que este ano a rede deve dobrar esse número. A ampliação ocorre também em função da procura por roupas e tecidos que não são encontrados ou produzidos no Brasil. Hoje, a rede é a principal comercializadora de perfumes importados do Brasil, por exemplo. Uma das preocupações da empresa é ainda melhorar e ampliar seu mix de produtos, tanto que no mês passado também incorporou uma nova marca, a Gul, de surfwear.

 

De acordo com Sylvio Mandel, presidente da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abeim), 12% do que o setor compra é importado, e o varejo têxtil já faz as encomendas de tecidos importados com bastante antecedência e precisa importar certos itens, como fibras sintéticas, tecidos e roupas para inverno, que não são fabricados aqui. A entidade só tem receio de que o governo altere e aumente impostos de importação, que já são considerados muito altos. "Em 2007 já fomos pegos de surpresa quando a Tarifa Externa Comum (TEC) passou de 20% para 35% no Mercosul, recaindo sobre os preços ao consumidor final", afirma.

 

Câmbio

 

O professor do Programa de Administração de Varejo (Provar) e pesquisador da Felisoni Consultoria, Marcelo Felippe Figueira Júnior, crê que o varejo trabalhará com mais importados do que no ano passado, em função do câmbio, e também porque as empresas brasileiras estariam com muito crédito, uma vez que o Brasil passou a ser considerado um País mais seguro. Para o professor, apesar de a balança comercial divulgada recentemente ter apresentado superávit, até o final do ano isso ainda deve mudar, e devemos importar mais do que exportamos, sendo o comércio um dos principais responsáveis.

 

Redes de porte do varejo, como Carrefour, Armarinhos Fernando, Coop e Sam's Club, estão rindo à toa. Há dois meses, quando o dólar estava no seu nível mais baixo, eles fecharam importações 30% maiores de produtos para o Natal deste ano, em relação a 2007.

 

E agora o Sam's Club já começa, este mês, a abastecer pequenos comerciantes, restaurantes, padarias e bares, com itens estrangeiros para o Natal. Com sortimento 20% maior que em 2007, a rede prevê vendas até 33% maiores este ano, ante igual período do ano passado - 90% dos itens de decoração, brinquedos e presentes ofertados são produtos importados.

 

Com cerca de 5% de seus produtos de vestuário importados, a Renner é outra empresa otimista e tem a pretensão de dobrar esse número neste ano. Segundo o presidente da rede, José Galló, a ampliação ocorre também em função da procura por roupas e tecidos que não são encontrados ou produzidos no Brasil. Hoje, a rede garante ser a principal comercializadora de perfumes importados do País.

 

Com encomendas feitas desde agosto para atender o Dia da Criança e o Natal, a Armarinhos Fernando, com 11 unidades na Grande São Paulo, crê ser vantajoso para o comércio trabalhar com mais importados, por serem produtos baratos.

 

Veículo: DCI


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