Papelão ondulado começa a deixar de ser termômetro

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O setor de embalagens de papel ondulado, há 40 anos considerado termômetro da economia nacional, começa a perder espaço para as embalagens plásticas. O principal produto da terceira geração da indústria petroquímica está conquistando lugar de destaque no mercado. O setor registrou, nos últimos três anos, um crescimento de 44,8%, de acordo com o Núcleo de Estudos da Embalagem da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Em relação às outras embalagens, as de plásticos tiveram quatro vezes mais lançamentos do que a de outros materiais no mesmo período. Com isso, o papelão ondulado, setor que acaba de reduzir sua projeção de crescimento em 2008 para 2%, pode perder lugar e deixar de ser o "termômetro da indústria".

 

"As embalagens de plásticos são as mais lançadas no mundo. Os frascos lideraram até 2003, quando foram ultrapassados pelos plásticos flexíveis", afirma o coordenador da pós-graduação em Gestão Estratégica da Embalagem da ESPM, Fábio Mestriner. Para o professor, o fato da indústria do plástico ainda ser recente, confere ao setor altas taxas de crescimento. "Além disso, essas empresas estão atrás de grandes petroquímicas, que são empresas muito grandes", afirma Mestriner. Certamente, as embalagens ganham uma posição de destaque por serem responsáveis pela utilização de 53% do plástico produzido no País.

 

Segundo a Associação Brasileira de Embalagens (Abre), durante o ano de 2007, a indústria de embalagens faturou R$ 32,5 bilhões, sendo que os plásticos foram responsáveis por 36,4% da fatia, na frente do papelão e papel cartão, que ficaram com 29,6%. "Essa é uma das tendências do mercado de embalagens. Além do quesito praticidade, tem a questão de economia e logística, já que o plástico ocupa muito menos espaço do que outros materiais", afirma o presidente da Associação Brasileira de Embalagens Flexíveis (Abief), Rogério Mani.

 

De acordo com a Abre, os setores usuários de embalagem que apresentaram melhor desempenho no primeiro semestre foram a indústria de material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (7,38% em volume de produção), vestuário e acessórios (6,71% em volume de produção) e farmacêuticos (com 4,68% em volume de produção).

 

"A demanda de embalagem depende da ocasião em que esta será consumida, todos os materiais de embalagem têm a sua utilização, o seu nicho, a sua categoria. Além disso, ao desenvolver uma embalagem é preciso analisar para que público esta embalagem se destina", afirma Isabella Salibe, gerente de Marketing da Abre.

 

Crescimento

 

"Temos ganhado muito espaço nos últimos dez anos e a tendência é que exista cada vez mais embalagens plásticas no mercado", afirma o presidente da Abief. Um dos segmentos que mais registrou crescimento foi o de embalagens stand up (as que ficam de pé). De acordo com Alan Baumgarten, diretor executivo da Tradbor, fabricante dessa modalidade de embalagens plásticas, a expectativa é que a empresa cresça acima de 50% apenas em 2008. "Esse tipo de embalagem está tomando espaço de alguns, tirando um pouco de cada, dependendo da aplicação", afirma Baumgarten.

 

Segundo o executivo, a penetração do produto no mercado depende também das soluções que estão agregadas.

 

"Desde que a embalagem flexível consiga uma performance igual ou melhor do que a de outros materiais, como resistência, conservação ela acaba substituindo. E isso tem acontecido muito por causa do desenvolvimento tecnológico do setor", afirma o diretor da Tradbor.

 


Veículo: DCI


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