Especialista defende incentivo na troca da frota

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Umberto de Pretto, da IRU: "Não faz sentido querer ter no Brasil uma norma de emissões igual à da Europa sem tirar os veículos velhos das estradas"


O governo brasileiro deveria adotar um sistema de incentivos ficais para estimular a troca de caminhões antigos pelos modelos menos poluentes, a exemplo do que fazem diversos países da Europa, segundo Umberto de Pretto, dirigente da IRU (Internatuional Road Transport Union), organização que reúne as representações dos transportadores em todo o mundo. 

 

Para Pretto, um sistema de redução de taxas e impostos teria mais efeito do que o programa adotado no Brasil, voltado aos veículos em produção. Pela legislação brasileira, a redução no nível de emissões se baseia nos veículos que entrarão em produção em determinada data. Mas isso não tira os modelos mais velhos e poluentes das ruas. 

 

"Esse modelo obriga o transportador a gastar mais para trocar o caminhão por outro com uma tecnologia que representa nada mais do que uma pequena melhora nas emissões em relação às últimas gerações de veículos", destaca. Segundo ele, em alguns países europeus, como a Holanda, o pacote de incentivos para compra dos veículos de carga limpos oferece reduções de impostos que chegam a 75%. 

 

O programa brasileiro de emissões se transformou em questão polêmica no país nos últimos dias quando começou a ficar claro que, a próxima etapa do programa do Conama, não entrará em vigor em janeiro, como estabelecido na lei. 

 

Pretto fala em nome de uma entidade que promove o meio de transporte rodoviário em todo o mundo. No momento a IRU comanda uma campanha em favor da chamada "rota da seda", que pretende deslocar as cargas de aeroportos asiáticos congestionados, como em Xangai, por via terrestre, para países como a Turquia, para, dali, concluir a distribuição para a Europa. 

 

Hoje, o dirigente canadense que percorre o mundo para defender o transporte rodoviário, vai participar de um fórum de segurança no trânsito, promovido pela Volvo, em São Paulo. Amanhã ele estará na sede da NTC para tentar atrair os empresários do transporte no Brasil para mobilizações mundiais. 

 

A IRU é uma organização mundial que congrega 180 entidades nacionais de 70 países, fundada em 1948 para contribuir com a reconstrução da infra-estrutura da Europa devastada pela segunda Guerra Mundial. 

 

Em alguns países como o Brasil o transporte rodoviário de cargas tem uma imagem negativa. É visto como causador de poluição, de congestionamentos e de acidentes. Pretto lembra que os caminhões são o reflexo da economia de um país. "As coisas que você tem em casa estariam ali se não fossem os caminhões?", pergunta o dirigente. 

 

Mas, ao chegar no Brasil ontem, Pretto se impressionou ao saber de situações que agravam a falta de segurança nas estradas brasileiras, como o fato de motoristas consumirem medicamentos para se manterem acordados por mais tempo na estrada. 

 

Segundo a Volvo, o Brasil perde R$ 22 bilhões por ano com acidentes, cerca de R$ 10 bilhões somente com o transporte rodoviário de carga, um prejuízo muito maior que o valor de R$ 1 bilhão de perdas com o roubo de carga. 

 

Anualmente ocorrem 91 mil acidentes nas rodovias brasileiras com o envolvimento de veículos de carga. O resultado é a morte de 12 mil pessoas, 4 mil delas motoristas de caminhões. 

 

Veículo: Valor Econômico


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