Nestlé barateia fórmulas para fugir de aumentos

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Mais soja, menos leite. Foi essa a resposta de Paul Polman, vice-presidente executivo da Nestlé para os Estados Unidos, Canadá, Caribe e América Latina. "Não vamos subir preços. Nossa estratégia é reformular produtos para ficarmos menos dependentes das matérias-primas que têm subido de preço", diz o executivo holandês, que esteve em São Paulo na sexta-feira.
 


"No achocolatado Nescau, colocamos o Actigen-E na fórmula. Foi uma maneira de baratear os custos e ao mesmo tempo aumentar o valor agregado para o consumidor", diz Polman. O Actigen-E, segundo a companhia suíça, é "uma combinação especial de vitaminas e sais minerais, desenvolvida pela Nestlé".
 

 
Para o consumidor, de fato, o produto ganhou mais vitaminas. A indústria ganhou pois substituiu matérias primas em alta, como leite e cacau, por proteínas, gorduras e carboidratos.
 

 
No Brasil, o Actigen-E chegou ao mercado há pouco mais de três anos. Como os custos de matérias-primas continuaram subindo, a Nestlé lançou outras formulações do Nescau e tirou de circulação, em junho, o sabor tradicional, com Actigen-E. Voltou atrás depois de receber uma avalanche de queixas de consumidores. Com relação aos chocolates, a fabricante anunciou, há pouco mais de um mês, a reformulação de toda linha de tabletes de 100 a 200 gramas.
 


Outros grandes nomes da indústria de alimentos também alteraram discretamente suas fórmulas, conforme reportagem do diário "The Wall Street Journal", publicada pelo Valor na quarta-feira da semana passada. A marca de chocolates Hershey's, por exemplo, substituiu uma porção da manteiga de cacau por óleo vegetal. A General Mills, que produz os biscoitos da marca Pillsbury Turtle, trocou as nozes que usava por outra variedade, mais barata.
 

 
No caso da Nestlé, segundo Polman, não é só a reformulação dos produtos que ajuda a combater a alta de preços. A "premiurização", expressão usada pelo próprio Polman, é uma boa saída. "A linha de cafés especiais Nespresso, por exemplo, tem mais rentabilidade porque o que o consumidor compra não é apenas café, é a experiência, o design, a sensação de fazer parte de um clube fechado."
 

 

Veículo: Valor Econômico


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