Do Oiapoque ao Chuí, os remédios vão até longe

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Distribuidor regional ganha espaço e aumenta a receita


 
A preocupação de ter seus medicamentos distribuídos do Oiapoque ao Chuí tem levado grandes farmacêuticas do Brasil a buscar empresas regionais para atingir um número maior de redes no varejo. Esse movimento ajudou a criar as chamadas "super-regionais", que atendiam mercados restritos e que agora avançam sobre diversas regiões, principalmente as de difícil acesso.

 

É o caso da Distribuidora Jorge, que começou seu negócio atendendo os Estados do Piauí, Maranhão e Ceará. E já está em 11 Estados do Norte e Nordeste do Brasil. "Percebemos que tínhamos um espaço", disse Jorge Batista, presidente da empresa. Entre 2007 e 2009, a companhia dobrou o faturamento, encerrando o ano passado com receita de R$ 1 bilhão, afirmou o presidente da distribuidora. A empresa distribui cerca de 7 milhões de unidades de medicamentos por ano. Para chegar a locais "até onde a vista alcança", vale tudo, até barcaça.

 

"As indústrias farmacêuticas perceberam que as distribuidoras regionais podem fazer a diferença, no que se refere a chegar em locais onde uma nacional não iria", afirmou Luiz Fernando Buainain, presidente da Abafarma (Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico).

 

As farmacêuticas sentiram que esse trabalho não poderia ficar nas mãos de duas ou três distribuidoras como ocorre nos EUA e na Europa. Desde junho do ano passado, as atacadistas com atuação regional registram faturamento superior ao dos anos anteriores na comparação mensal. "Essas empresas dependem menos de crédito, chegam mais rápido aos clientes, têm atuação horizontal, são mais ágeis nas decisões e trabalham com eficiência com relação aos estoques, diminuindo a ruptura da logística", disse Buainain.

 

"Há distribuidoras nacionais que até avançam em cidades mais afastadas, mas ficam focadas apenas nas grandes redes de varejo. Interessa para os laboratórios entrar em farmácias mais afastadas, mesmo na periferia, pois há um grande potencial de consumo", afirmou um executivo de uma grande farmacêutica.

 

Buainain, que também dirige a Distribuidora Brasil Medicamentos, com atuação no Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, disse que sua empresa já possui 40% do mercado nesses Estados, uma vez que se propõe a ir cada vez mais longe.

 

De olho no potencial do Sul do país, a Distribuidora Genésio A. Mendes (GAM) quer avançar nessa região. Genésio Mendes, presidente da companhia que leva o seu nome, conta que a distribuidora foi fundada em 1968, com atuação focada em Santa Catarina. A GAM começou a distribuir medicamentos hospitalares para aumentar seu portfólio de negócios. "Queremos distribuidor toda a linha de medicamentos, de A a Z", afirmou.

 

Esse mercado, que antes era tomado por gigantes desse setor, tem aberto espaço para as pequenas e médias, e ainda tem muito potencial para expandir. As companhias menores se diferenciam porque estão dispostas a entrar em locais onde não interessa para as maiores.

 

A Athos Farma, umas das principais distribuidoras do país, que chegou a ser cobiçada pela Alliance Boots, uma das maiores redes de distribuição de medicamentos e de varejo da Europa, hoje passa por um processo de reestruturação, depois de sentir os efeitos agudos da crise. Em março, a companhia teve seu plano de recuperação judicial aprovado e agora ela trabalha para reconquistar mercados onde já atuava.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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