Marketing esportivo vive euforia

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A realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas no Brasil está contribuindo para o aquecimento do setor de marketing esportivo no Brasil, com o aquecimento dos negócios em projetos ligados direta ou indiretamente aos dois eventos. É o que afirmam grandes grupos de serviços de marketing e comunicação, como Traffic, Havas e ABC, que anunciam a entrada de aportes em projetos de gerenciamento de arenas esportivas, abertura de escritórios e consultoria a projetos de patrocínio e ativação ligados a esporte e entretenimento.

 

O grupo Traffic, conglomerado que atua há 30 anos com marketing esportivo e outros negócios, como mídia, direitos de transmissão de campeonatos, gerenciamento de carreiras de jogadores de futebol, está apostando no gerenciamento de arenas esportivas. A divisão, chamada Traffic Arenas, foi criada há pouco mais de um ano e tem três projetos em andamento, com Palmeiras, Ponte Preta e Grêmio. "Além do contrato com a WTorre e com o Palmeiras, assinado no ano passado, há um memorando de intenções para gerenciar o estádio do Grêmio com a OAS, e outro, em estudo, em conjunto com a Ponte Preta e a Odebrecht", afirmou Júlio Mariz, presidente da Traffic Sports. "Os patrocinadores estão direcionados ao futebol, a economia do futebol tem crescido muito, o que gera o interesse na construção de estádios", completou.

 

Outro avanço da empresa nessa área se deu com a compra de 60% da Planmusic, no início do ano, para suprir os espaços das arenas com shows internacionais de grande porte. "Todos os nossos projetos [de arenas multiúso] têm esse perfil, de ter espaço para shows. A negociação de transmissão também pode ocorrer, vamos avaliar caso a caso", disse. A expectativa é de que a área de entretenimento fature R$ 80 milhões até 2011 e que também traga novos contratos de patrocínio e ativação. A Planmusic trouxe ao Brasil shows de artistas como Beyoncé, Rolling Stones e U2.

 

Grupos internacionais

 

O grupo francês Havas, sétimo maior conglomerado de comunicação do mundo que opera no País com a agência Euro RSCG e com a holding de serviços de marketing HVS, anuncia a chegada da Havas Sports & Entertainment, divisão esportiva que atua em 18 países. A meta é que em três anos a divisão brasileira da rede seja, ao lado do México, uma das cinco de maior faturamento, atrás apenas de França, Espanha e Reino Unido. Entre os clientes globais da rede, estão marcas como Adidas, Castrol, Coca-Cola e Hyundai Kia, todas patrocinadoras da Copa do Mundo. "Já sentimos uma certa ansiedade dos anunciantes em saber como aproveitar os dois eventos esportivos no Brasil. Todos os grandes anunciantes estão avaliando uma oportunidade de vincular sua marca a esses eventos", afirma Ricardo Reis, diretor-geral da HVS, controladora da Havas Sports no Brasil, que está em busca de um executivo local para comandar a operação.

 

A rede foi fundada há 12 anos na França e na Espanha e começou sua expansão mundial em 2003. A abertura da empresa em território nacional foi oficializada na semana passada, com a vinda do diretor mundial de Operações da rede, Jérôme de Chaunac. Antes disso, o diretor-geral da operação espanhola Ignacio Iglesias, mapeou o mercado esportivo e de entretenimento brasileiro, visitando empresas que investem fortemente nessas áreas e agências especializadas, além de entrevistar candidatos à posição de diretor-geral da operação esportiva.

 

Segundo o executivo, a empresa pretende se estabelecer como um dos principais players de consultoria esportiva e entretenimento e de criação de projetos de ativação de marca ligados a patrocínios, que pode ser uma ação promocional vinculada ao patrocínio de shows e de eventos esportivos.

 

O interesse estrangeiro no mercado esportivo brasileiro também está se revelando em consultas à agências locais, para fechar parcerias. É o que afirma Geraldo Rodrigues, presidente da Reunion Sports & Marketing, do grupo ABC. "Temos sido procurado por agências de fora para formar parceria. Estamos conversando com alguns grandes grupos internacionais e devemos fechar alguma parceria em breve."

 

Na opinião do executivo, no momento há uma grande demanda por informações sobre a área esportiva no País. "O Brasil é um mercado muito atípico e distante de países europeus, tem uma logística diferente por ser um país continental e as grandes empresas precisam disso para saber como poderão fazer ações de ativação ou promocionais", diz.

 

A agência tem forte atuação na área automobilística e de esportes radicais, com eventos como a edição brasileira da Fórmula Indy e da Stock Car e do X-Games, e gerenciamento de carreiras de esportistas como o piloto Luciano Burti. Nos últimos dois anos, cresceu 150% e atribui o fato ao maior interesse dos anunciantes em investir na área esportiva. "O marketing esportivo era pouco conhecido: muitas vezes era preciso explicar o que é. Nenhuma agência de propaganda tinha interesse em investir na área por que isso roubava a verba das agências em mídia. Depois dos Jogos Pan-americanos, e agora, com a Copa e as Olimpíadas, isso mudou", conclui o executivo.

 

A área de mídia já está aquecida por conta dos dois grandes eventos esportivos que acontecerão no Brasil daqui a quatro anos (Copa do Mundo) e em 2016 (Olimpíadas).

 

Três dos maiores grupos de serviços de marketing e comunicação, Traffic, Havas e ABC planejam aportes em projetos de gerenciamento de arenas esportivas, novos escritórios e consultoria a projetos de patrocínio. "Afora o contrato com a WTorre e o Palmeiras, assinado ano passado, há um memorando de intenções para gerenciar o estádio do Grêmio com a OAS e outro, em estudo, em conjunto com a Ponte Preta e a Odebrecht", disse Julio Mariz, presidente da Traffic.

 

Outra que amplia esforços para delinear seu espaço no segmento esportivo é o grupo francês Havas, sétimo maior conglomerado de comunicação do mundo, que acaba de inaugurar a filial brasileira da Havas Sports & Entertainment, divisão em 18 países. A meta é que em três anos o braço brasileiro seja, ao lado do do México, um dos cinco de maior faturamento, atrás dos de França, Espanha e Reino Unido. "Sentimos ansiedade dos anunciantes em saber como aproveitar os dois eventos no Brasil", diz Ricardo Reis, diretor-geral da HVS, controladora da Havas Sports.

 

O interesse estrangeiro no mercado esportivo brasileiro também se revela em consultas a agências locais, afirma Geraldo Rodrigues, presidente da Reunion Sports & Marketing, do grupo ABC. "Temos sido procurados por agências de fora para formar parcerias. Estamos conversando com alguns grandes grupos."

 

Das oito agências de design e branding que disputam a criação da logomarca dos Jogos Olímpicos, o vencedor será anunciado daqui a três meses, em uma disputa acirrada que envolveu 130 empresas do ramo e se dá desde abril junto ao Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

 

Como essa movimentação de mídia, principalmente em publicidade e promoção, tende a disparar por conta da Copa e das Olimpíadas, as empresas precisam redobrar os cuidados para não violar os direitos de propriedade intelectual dos organizadores. O assunto já agita escritórios de advocacia como o Trench, Rossi e Watanabe.

 


Veículo: DCI


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