Fusão de laticínios busca presença nacional com marcas consolidadas

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Empresa nasce como quinto maior produtor lácteo do país com fábricas no Ceará e em Minas Gerais

 

Alvoar Lácteos. Este é o nome da nova empresa guarda-chuva que está à frente das operações da Embaré, que tem forte presença em Minas Gerais, e da Betânia, cuja atuação no setor lácteo é concentrada no Nordeste. No ano passado, as empresas anunciaram a fusão, e, mais recentemente, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou o processo.

 

De acordo com o CEO da Alvoar Lácteos, Bruno Girão, a nova marca representa o alvorecer e o desejo de alçar novos voos no mercado local e nacional. “O nome tem o papel de representar duas marcas fortes, com raízes e históricos muito bem estabelecidos nas regiões. O nosso propósito é levar conexão com os alimentos e voar com essa vontade de alcançar liderança”, afirma ele.

 

O CEO explica, no entanto, que os consumidores continuarão acessando os produtos, em suas respectivas regiões, com a marca de costume. Ainda que a sede da Alvoar esteja localizada no Ceará, Bruno Girão aponta que as áreas comerciais continuarão independentes, o que, para ele, é uma forma de a empresa garantir que clientes e fornecedores mantenham os fluxos de comunicação e relacionamento com a empresa em suas necessidades.

 

A mudança, portanto, está no que ele considera um casamento perfeito decorrente da fusão e que pode impulsionar a venda de leite de produtores mineiros. “Minas Gerais produz mais leite do que consome. E o Nordeste tem uma relação contrária a isso. Nós somos deficitários no leite fluido. A Embaré tem acesso a leite de qualidade, que é o que precisamos. Então o produtor mineiro terá o benefício de alcançar mais mercado”, avalia o CEO da Alvoar.

 

Estratégias

 

A curto prazo, Bruno acredita que o caminho da Betânia é defender o território principal, além de ganhar mais espaço e relevância em regiões onde a marca ainda não é líder no Nordeste. Ele lembra que uma das características da marca produtora de leite em pó, leite condensado, leite UHT, creme de leite, entre outros, é a distribuição mais pulverizada.

 

Em relação a investimentos, o CEO da Alvoar afirma que, recentemente, os parques fabris das empresas receberam recursos para ampliação e melhorias. Por isso, a ideia agora é aproveitar a capacidade ociosa da fábrica de Patrocínio, no Alto Paranaíba, para ampliar a produção e a captação de leite.

 

Com o perfil consolidado das marcas, a empresa agora terá como foco a distribuição dos produtos e eventuais criações de linhas de produtos específicas. “Nós vamos investir em pesquisa. Vamos entender o consumidor para ter mais assertividade em lançamentos e entender tendência, considerando que a base de consumidores está 70% no Nordeste e que aqui não é possível fazer tantas sofisticações e aumentar os custos para uma população que tem menos recursos”, comenta Girão, que acrescenta, ainda, que 30% do mercado está em Minas Gerais e nos 64 países para os quais a Embaré exporta produtos.

 

Com faturamento anual da ordem de R$ 4 bilhões, a nova empresa nasce como o quinto maior laticínio do Brasil, atrás de Nestlé, Lactalis, Italac e Laticínios Bela Vista. Abastecido com matéria-prima entregue por 6,5 mil famílias de produtores e 12 cooperativas, conta com nove fábricas e 13 centros de distribuição, capacidade para processar 4,8 milhões de litros por dia e exportações para 45 países.

 

Segundo a Alvoar, as linhas de produtos das marcas Betânia, Camponesa — que era da Embaré — e Caramelos Embaré serão mantidas no mercado, com estratégias próprias de comercialização. A marca Alvoar, por sua vez, contará com portfólio mais completo. A sede da nova empresa, que tem como CEO Bruno Girão, da família fundadora da Betânia, é em Fortaleza.

 

Fonte: Emelyn Vasques, DC e Valor


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