Cai a demanda do consumidor por crédito

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Em outubro, procura do consumidor por financiamento caiu 0,4%

 

A demanda do consumidor por crédito teve em outubro a terceira queda mensal consecutiva, movimento atípico para esta época do ano, véspera do recebimento da primeira parcela do 13º salário e das festas de fim de ano. Indicador divulgado ontem pela empresa de análise de crédito Serasa Experian mostra que o número de consumidores que recorreram a financiamentos de bancos, financeiras, crediários e cartões de crédito recuou 0,4% em relação a setembro. Mas houve aumento de 0,8% ante outubro de 2008.

 

Os economistas da entidade atribuem o resultado mensal ao esgotamento, no curto prazo, da capacidade de endividamento dos consumidores, que durante julho e agosto recorreram largamente ao crédito em decorrência da normalização da oferta da queda dos juros, bem como pelo aumento da confiança dos consumidores.

 

Eles responsabilizam ainda a queda da demanda pelo início da retirada gradual de estímulos do governo, como a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis e eletrodomésticos.

 

Os técnicos da Serasa apontam ainda que o desempenho negativo em outubro foi puxado pelos consumidores de renda mensal superior a R$ 10 mil. Nesse estrato, a queda foi de 3,1% em outubro, em comparação a setembro, e de 5,1% em setembro, ante agosto. Na soma de janeiro a outubro, essa faixa de renda segue com a menor queda, de 1,3% em relação ao mesmo período de 2008.

 

Os consumidores com renda entre R$ 1 mil e R$ 2 mil mensais tiveram quedas, também em outubro, de 3,3% comparando com setembro e 1,6%, com outubro de 2008. Na contramão, os consumidores que ganham até R$ 500 por mês elevaram a demanda por crédito em 2,3% ante setembro.

 

Por região, a queda de 0,4% em outubro foi puxada pelo Centro-Oeste, Sul e Nordeste, com variação negativa de 5,2%, 5% e de 1,3%, respectivamente. No acumulado de janeiro a outubro, em comparação com o mesmo período de 2008, todas as regiões apresentaram queda. A maior ocorreu no Nordeste (4,6%), depois Sudeste (3,8%) e Norte (3,4%). Centro-Oeste e Sul seguem com variações negativas de 1,1% e 1,9%. O indicador de demanda por crédito é feito com base na Amostra de Cadastros Nacionais de Pessoa Jurídica (CNPJs) de cerca de 1,2 milhão de empresas.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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