Argentina pede reunião urgente com o Brasil

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O governo argentino solicitou uma reunião urgente entre os ministros de Produção, Débora Giorgi, e de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, para discutir as barreiras adotadas pelo Brasil contra alguns produtos da Argentina. "Queremos que essa reunião seja realizada imediatamente porque havia um encontro bilateral marcado para o dia 11 e 12 de novembro, mas foi cancelado", disse uma fonte argentina. "Não podemos esperar que o assunto seja discutido na cúpula (entre os presidentes Cristina Kirchner e Luiz Inácio Lula da Silva) do dia 18 de novembro", em Brasília, completou.

 

O governo de Cristina Kirchner não só defende as barreiras que levaram o Brasil a perder mercado para terceiros países na Argentina, como também acusa o sócio de não cumprir acordos bilaterais. Segundo a fonte do ministério argentino, "os acordos privados dos setores de laticínios e de baterias, pelos quais os empresários brasileiros se comprometeram em limitar suas exportações para nosso mercado, não estão sendo cumpridos. O Brasil aprova licenças não automáticas sem avisar e não dá tempo para a mercadoria que já está na fronteira ou no meio do caminho", reclama.

 

As licenças não automáticas foram adotadas pelo Brasil há 10 dias, mas o governo argentino só tomou conhecimento na última sexta-feira. A medida afeta farinha de trigo, vinho, alho, frutas frescas e secas, hortaliças, azeites, azeitonas, rações para animais e outros.

 

O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, disse ontem esperar que a decisão do governo brasileiro de impor licenças não automáticas para alguns produtos importados da Argentina possa reverter às barreiras colocados pelo governo argentino aos produtos brasileiros. Miguel Jorge evitou usar a palavra retaliação. "Nenhuma retaliação, imagina! Não se pode falar em retaliação".

 

Jorge não especificou sobre quais produtos argentinos serão aplicadas as licenças não automáticas. O ministro disse que o objetivo da medida, adotada na semana passada, sem anúncio oficial, é o de fazer com que as importações demorem um pouco mais, para que o Brasil possa fazer uma avaliação do comércio bilateral. "É um direito do País. Queremos analisar como se comportam as importações da Argentina", disse.

 

FRONTEIRA. Mais de 180 cargas de frutas, cebola, azeitona e farinha de trigo aguardavam ontem, em Foz do Iguaçu (PR) e cidades argentinas vizinhas, a liberação para deixar a fronteira e seguir viagem com destino principalmente a São Paulo, Minas Gerais e Goiás. Perecível, parte dos carregamentos é estocada em armazéns locais. O levantamento é da Câmara de Comércio Exterior da Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), entidade que reúne a maioria dos importadores que atuam na região.

 

Ontem, 30 cargas foram liberadas depois de quase duas semanas paradas e devem seguir viagem até sexta-feira. Normalmente, os despachos são concluídos em, no máximo, 48 horas quando não há nenhum problema com a documentação ou na fiscalização fitossanitária.

 


Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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