Classes D e E vão às compras

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As famílias de renda mais baixa puxaram o consumo no primeiro semestre deste ano

 

A base da pirâmide social, as classes D e E, de menor renda, foi responsável pela metade do crescimento das vendas de alimentos e artigos de higiene e limpeza nos supermercados no primeiro semestre deste ano, revela um estudo da consultoria Nielsen.

 

As 44 categorias de produtos pesquisadas em 8.400 domicílios brasileiros tiveram um acréscimo no volume de vendas de 3% no primeiro semestre deste ano ante os mesmos meses de 2008. As classes D e E contribuíram com 50% dessa variação no período. “Ao contrário do previsto, o desemprego se manteve controlado, a confiança do consumidor foi aos poucos retomada e a população de baixa renda voltou às compras”, diz o executivo de atendimento da consultoria, Sergio Pupo.

 

Apesar do medo da crise, as classes D e E, que são 36% dos lares brasileiros, ampliaram em 4% a frequência ao supermercado no primeiro semestre deste ano e gastaram 1% a mais a cada compra, mostra a pesquisa. Com isso, aumentaram em 5% o desembolso total com as compras de supermercado no primeiro semestre de 2009 ante igual período de 2008, superando a média do mercado como um todo, que foi 3%.

 

As famílias de classe C reduziram em 1% a compra média, apesar de terem aumentado em 5% a frequência. O que resultou num acréscimo de apenas 1% do gasto total nos supermercados para esse estrato social no período.

 

Segundo Pupo, o padrão de consumo dos itens vendidos nos supermercados já retomou os níveis pré-crise. Pela pesquisa, 42% das categorias apresentaram crescimento no primeiro semestre deste ano e 31%, estabilidade, ante os mesmos meses de 2008. No primeiro semestre de 2007 na comparação com igual período de 2006, 41% dos itens apresentavam crescimento e 42%, estabilidade.

 

O quadro mudou completamente no primeiro semestre de 2008, quando só 21% dos itens vendidos nos supermercados do País tiveram acréscimo ante o mesmo período de 2007 e 47% estabilidade, nas mesmas bases de comparação.

 

A consultoria, que também pesquisa a confiança do consumidor em 50 países, detectou melhora do humor do brasileiro. No segundo trimestre deste ano, o Brasil subiu três posições no ranking mundial da confiança do consumidor. No primeiro trimestre deste ano, o País ocupava a sétima posição, com 88 pontos, e no segundo trimestre passou para a quarta posição, com 96 pontos. Esse resultado supera a média global de 82 pontos. Entre os Brics, grupo de países que inclui Brasil, Rússia, Índia e China, a confiança do brasileiro só perdeu no segundo trimestre deste ano para a do indiano (112 pontos). Chineses (94 pontos) e russos, (82 pontos) foram superados pelos brasileiros.

 

NÚMEROS
36 POR CENTO
dos lares brasileiros são compostos por famílias classificadas como classes
D e E

4 POR CENTO
foi quando aumentou a frequência de idas ao supermercados por integrantes de famílias das classes D e E no primeiro semestre do ano

 

Veículo: Jornal da Tarde - SP


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