Emprego formal reage e fecha abril com saldo de 106 mil vagas

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O emprego formal apresentou saldo positivo em abril pelo terceiro mês consecutivo, influenciado pelas vagas criadas no interior, principalmente no estado de São Paulo, por conta do setor sucroalcooleiro. O saldo ficou positivo em 106.205 vagas, resultado de 1,350 milhão de contratações e de 1,244 milhão de demissões. É o melhor saldo mensal observado este ano. Os setores da economia que mais contrataram no mês passado foram os Serviços, com 59.279 vagas criadas e agricultura, com 22.684. Já a indústria não apresentou alta, mas interrompeu uma trajetória de queda de cinco meses seguidos. Com o resultado do mês, o saldo do quadrimestre ficou positivo em 48.454 empregos. Essa é a primeira vez que o resultado acumulado do ano fica positivo, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado ontem pelo ministro do Trabalho e Emprego (TEM), Carlos Lupi.

 

O ministro disse que a recuperação do mercado de trabalho formal começou em março e se consolidou em abril. No entanto, na comparação com abril do ano passado, o saldo de empregos ficou bem abaixo do apurado em igual mês do ano passado que foi de 294.522. O emprego com carteira assinada chegou ao fundo do poço em janeiro deste ano, quando o saldo ficou negativo em 654.946 vagas.

 

Diante do resultado de abril, Lupi acredita que os números de maio serão melhores, por causa da recuperação da construção civil, beneficiada pelos programas de ajuda do governo e a sazonalidade da agricultura que eleva a empregabilidade no campo. "Em março foi o início da virada e isso se consolidou em abril", disse Lupi.

 

Lupi acredita que o mercado de trabalhado formal fechará o ano com 1 milhão de contratações. Nos últimos 12 meses, as contratações somam 651.696 postos. Ele aposta em um crescimento da economia brasileira entre 2% e 2,5% este ano. O otimismo de Lupi supera até mesmo o do ministro da Fazenda, Guido Mantega, que nos últimos dias revisou a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de uma variação positiva de 2% para algo entre 2% e zero de crescimento. "Sou o lado otimista de Mantega. E nenhuma empresa contrata funcionários se tiver registrando prejuízos de cinco milhões no ano", disse Lupi.

 

Mesmo diante da recuperação do emprego em abril, os trabalhadores demitidos em janeiro receberão o adicional de duas parcelas do seguro desemprego. A medida será anunciada nesta semana. Na primeira fase, o governo concedeu o benefício a 42 subsetores de 16 estados. Dentre eles, estão metalurgia, mecânica, papel e papelão, borracha, fumo e alimentos. O ministro não quis revelar os novos setores que serão beneficiados.

 

Lupi disse que o governo não deverá prorrogar a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para o setor de veículos a partir de julho. Lupi destaca que quase todos os 26 setores da economia estão dando sinas de recuperação no mercado de trabalho e os que continuam negativos, reduziram o ritmo de cortes no mês passado. Lupi citou a indústria de transformação, que em abril fez 183 mil contratações, o que representa estabilidade em relação ao estoque do mês anterior, puxada pelos segmentos de alimentos, borracha, fumo, calçados e têxteis. Em março, as demissões do setor somaram 35.775. Tal recuperação não é generalizada. O segmento de extrativista mineral registrou perda de 582 postos de trabalho em relação ao estoque de março. A metalurgia teve perda de 9.025, enquanto que a mecânica recuou 5.650.

 

O setor de serviços deu a maior contribuição ao mercado de trabalho em abril, ao criar 59.279 postos formais, alta de 0,46%. Foi puxado pelo desempenho das áreas de alojamento, alimentação e reparação (15.249 ), comércio e administração de imóveis (12.424 ), transportes e comunicações (12.381), médicos e odontológicos (9.606 ); e ensino (10.056). A exceção foi a atividade de instituições financeiras, com queda de 437 postos.

 

Nas cidades do interior, a recuperação do emprego é mais forte do que nas regiões metropolitanas. Os municípios interioranos responderam por 79.199 postos de trabalho em abril. É um avanço de 0,68% sobre o mês anterior. As regiões metropolitanas criaram 20.008 empregos, uma alta de 0,15% na mesma comparação.

 

O interior de São Paulo foi o que mais contribuiu para o saldo positivo do mês, com 63.864 novos celetistas, 1,30% acima do mês anterior. Em seguida, se destacou Minas Gerais com 13.537, um aumento de 0,65%, na mesma comparação.

 

Veículo: Gazeta Mercantil


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