FMI otimista com a América Latina

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O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que os efeitos da crise financeira mundial são "amplos e severos" sobre a América Latina. Apesar disso, o organismo acredita que a região conseguirá se recuperar da atual turbulência antes que os países desenvolvidos. Essa é uma das conclusões do relatório Perspectiva Econômica Regional Hemisfério Ocidental (Regional Economic Outlook Western Hemisphere, em inglês), divulgado ontem pelo fundo. "A mensagem que está partindo da América Latina é a de que a preparação por meio da adoção de políticas públicas rende importantes dividendos quando a situação no exterior se agrava", afirma o texto.

 

Conforme o relatório, a América Latina "acumulou muitas fontes de força e resistência ao longo desta década". Isso porque seus países saíram fortalecidos de suas situações fiscais, tendo estruturado suas dívidas públicas, solidificado seus sistemas financeiros e sua regulamentação. Com isso, a região conseguiu reduzir suas expectativas de inflação, além de construir "bases políticas com mais credibilidade".

 

O FMI alerta, contudo, que a região deve ficar atenta ao impacto social da crise mundial que é "cada vez mais visível". "A recessão vai ser mais suave e curta na América Latina. De agora em diante, a região deve começar a se recuperar", explicou em Washington o diretor do fundo para a América Latina, Nicolás Eyzaguirre. "Neste momento, os países desenvolvidos estão com uma pneumonia, e temos um resfriado", explicou Eyzaguirre. Ele ressalta que, em média, na região, os países experimentam dois ou três trimestres de queda do PIB, contra, por exemplo, os nove trimestres de retrocesso que devem ocorrer nos Estados Unidos.

 

Para o fundo, Brasil, Colômbia, México e Peru são "exemplos de países" que adotaram medidas que resgataram a credibilidade de suas políticas econômicas, o que contribuiu para que contivessem os efeitos causados pelo colapso da instituição financeira americana Lehman Brothers, em setembro de 2008. O FMI acrescenta que tais preparativos apontam para uma melhor perspectiva para a América Latina. "Enquanto os contágios (da crise financeira) fizeram com que a atividade econômica contraísse, uma retomada do crescimento é esperada ainda para 2009, à frente da recuperação das economias desenvolvidas", disse.

 

CRESCIMENTO. As perspectivas de crescimento feitas pelo fundo para a região são bastante similares às formuladas no relatório anterior do FMI, o World Economic Outlook, divulgado no último dia 22 de abril, durante a reunião de primavera do FMI e do Banco Mundial. No documento divulgado ontem, o fundo calcula que a América Latina e o Caribe deverão ter retração de 1,5% este ano, mas que a região deverá crescer em torno de 1,5% em 2010. Dias atrás, o FMI não fez uma previsão para a América Latina como um todo, mas avaliou que o Produto Interno Bruto (PIB) da América do Sul mais o México sofreria retração na faixa de 1,6%.

 

Veículo: Jornal do Commércio - RJ


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