Pequenos repasses

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A possibilidade de repasses nos preços dos produtos importados, em especial dos derivados de trigo, que tem alta dependência da produção externa, deverá ser pequena, segundo avaliação do superintendente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), Adilson Rodrigues. "O dólar tem que subir muito para que os preços aumentem. A alta ainda pode ser absorvida. Afinal, a moeda norte-americana permaneceu desvalorizada durante muito tempo e, logo, há muita gordura para ser queimada", observou.

 

Para ele, caso o dólar siga a trajetória de alta frente ao real, os reflexos deverão ser sentidos com mais intensidade no próximo ano. "Tudo vai depender do comportamento da moeda nos próximos meses. Se o dólar ficar muito caro, acima dos R$ 2,00, o volume importado pelos supermercados poderá diminuir em 2009", disse.

 

O presidente do Sindicato dos Moinhos de Trigo de Minas Gerais (Sindtrigo), Domingos Costa, afirmou que as oscilações no mercado internacional não permitem análises consistentes. "O cenário não está definido, temos que aguardar os desdobramentos da crise e do câmbio. Dessa forma, não dá para falar com precisão sobre o que vai acontecer com o dólar e os impactos nos preços", observou.

 

O dirigente ressaltou que vários fatores interferem na composição do preço, como a concorrência. "Vale lembrar que os estoques estão altos e o trigo no mercado internacional estão caindo. Assim, acredito que não haverá impacto, aumentos nos preços neste ano", disse.

 

Para o gerente da Divisão de Pesquisas da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), o economista Fernando Sasso, as encomendas internacionais do varejo para o final de ano estão garantidas e, logo, não devem sofrer reflexos negativos caso o dólar se mantenha num patamar mais elevado. "Acredito que os impactos serão mais expressivos no próximo ano, caso o cenário atual, com dólar mais caro, se mantenha. Assim, as importações devem diminuir e o preço dos produtos provenientes do exterior devem ficar mais caros", analisou.

 

Ele frisou que o pior impacto da crise financeira no país seria o encarecimento do crédito. "É claro que o Brasil vive hoje uma situação mais confortável, mas há reflexos, mesmo que não sejam desastrosos", disse. (JG)

 

Veículo: Diário do Comércio - MG


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