Índice Custo-Benefício excluiu as usinas eólicas do leilão de energia A-3

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Independentemente do deságio atingido no leilão de energia nova A-3, realizado ontem, o preço da energia elétrica vai subir e quem pagará a conta será o consumidor final, industrial e residencial. Essa previsão catastrofista é balizada pela fonte que fará a geração de energia negociada no certame, em sua maioria térmicas movidas a óleo. O deságio de 8,04%, negociado ainda no meio da tarde desta quarta-feira quando o leilão já apresentava mais de sete horas de duração, não deverá refletir o preço final, que será verificado, apenas, quando as usinas efetivamente entrarem em operação, em 2011. A fórmula que determina a tarifa-teto de R$ 150 MWh maquia o real custo das térmicas que entrarão no sistema elétrico em 2011.

 

Essa é a opinião de Sérgio Marques, presidente da Bioenergy, empresa geradora de energia eólica e que concorria no certame com projetos que somavam 306 MW. Ele critica a fórmula do índice custo benefício (IBC), que no caso das térmicas leva em conta a usina parada, sem o combustível. Segundo ele, contempla apenas a remuneração pelo custo do investimento, operação e manutenção e o retorno de capital. "Parece que esquecem que a usina precisa de insumos derivados do petróleo que estão com o preço elevado, mesmo com a queda de preços do último mês", diz ele. Segundo Marques, para a geração térmica, esse é um bom negócio, pois o preço para a usina parada está alto, quando opera esse valor pode saltar para até R$ 770 MWh. A diferença entre o valor contratado e o de operação será pago pelo consumidor final, no mercado cativo e livre.

 

Para Marques, a participação dos empreendimentos por geração eólica só poderia ser viável com a somatória da tarifa-teto, que foi estipulada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), mais o Custo Econômico de Curto Prazo (CEC), que no caso, representa outros R$ 10 MWh. Segundo o executivo, nem os empreendimentos por Biomassa devem cobrir as ofertas. Além do valor já apontado por ele quando as movidas a óleo combustível são ligadas, todas as outras que utilizam energéticos não renováveis apresentam um custo maior. A estimativa é de o valor para as movidas a gás natural seja de R$ 140 MWh, a GNL alcance R$ 220 MWh.

 

Até o fechamento desta edição, o certame não havia terminado. Segundo informações da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica o preço corrente era de R$ 134,94 às 19h10.

 


Veículo: DCI


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