Classes A e B são as que mais cresceram na crise

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Estrato social que tem renda superior a R$ 4.807 foi o mais afetado no auge da recessão, entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009

 

O conjunto das classes A e B foi o mais atingido pela crise econômica inicialmente, mas também foi o que mais cresceu no ano passado, terminando o ano 2,0% superior a dezembro de 2008. A avaliação é de estudo realizado pelo Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPS-FGV), que considerou as seis principais regiões metropolitanas do País. A classe C terminou o ano com redução de 0,4% ante dezembro de 2008. A classe D aumentou 1,4% e a classe E caiu 1,5% no período.

 

O economista-chefe do CPS, Marcelo Neri, vê tendência ao crescimento e melhor distribuição de renda este ano. "Existe uma certa tendência à expansão porque acho que os empresários superestimaram a crise antes", afirmou. A avaliação considera ainda que a base do ano passado é baixa, o que ajuda a ter resultados estatísticos melhores este ano. Além disso, em anos eleitorais, como o atual, é comum que a renda aumente e a distribuição de renda melhore.

 

Por outro lado, Neri considerou preocupante a perda de 415 mil empregos no Brasil em dezembro registrados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e entende que isso deve ter tido efeitos negativos na renda em janeiro deste ano, assim como, comparou, a queda de emprego em dezembro de 2008 fez a crise atingir os bolsos dos brasileiros em janeiro de 2009. "O começo do ano é mais delicado por causa da perda de emprego em dezembro", disse.

 

Em janeiro do ano passado, todas as classes de renda pioraram significativamente em relação a dezembro nas seis principais regiões metropolitanas. O conjunto das classes A e B caiu 2,7%; a classe C diminuiu 2,2%, e as classes mais baixas aumentaram: a classe D subiu 3,0% e a classe E, 6,7%. As classes A e B representaram, no ano passado, quase 16% da população brasileira.

 

Depois de janeiro, porém, o ano foi de recuperação e terminou relativamente bem em relação a outros países. "A crise no Brasil não foi tsunami nem marolinha, foi uma ressaca pesada em janeiro com recomposição depois", disse Neri. Ele avalia que a crise econômica no Brasil já acabou.

 

Segundo Neri, a crise representou uma parada súbita do movimento de redução da pobreza e aumento da classe média entre 2003 e 2008. Se o ritmo do período se repetir até 2014, a classe E, a mais pobre, cairia pela metade e a classe AB teria um aumento de 50%. "A questão é saber se o ritmo de 2003 a 2008 será mantido".

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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