Indústria fecha 2009 com estoques abaixo do normal e planeja contratações

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A indústria virou o ano com estoques abaixo do normal e com planos para contratar mais funcionários e comprar mais matéria-prima, preparando-se para atender uma demanda aquecida. No último trimestre do ano passado, apenas 9 de 27 setores registraram um nível de estoques alto, enquanto os 18 restantes reportaram um volume de produção estocada abaixo do desejável, segundo pesquisa Sondagem Industrial, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada ontem com base nas informações de 1.418 empresas de todo o país.

 

Esse quadro de estoques baixos é bastante diferente daquele registrado no último trimestre de 2008 - naquele período, a indústria havia se preparado para uma demanda forte, mas ela foi fortemente impactada pela crise mundial e 70% dos setores encerraram o ano com estoques acima do planejado.

 

Com estoques ajustados ou necessitando de recomposição, todos os 27 setores esperam aumento de demanda interna - na pesquisa da CNI, números acima de 50 são considerados positivos, e em 20 segmentos o indicador de demanda superou 60 pontos, um percentual bastante elevado. No início de 2009, pro exemplo, metade dos setores não alcançou 40 pontos, um sinalizador bastante negativo de expectativa. Na exportação, ocorre o contrário do esperado para o consumo doméstico: a maioria dos setores espera perdas nas vendas ao exterior.

 

Para atender ao aumento esperado de demanda, a indústria planeja contratar mais e comprar mais matéria-prima. Na média, a expectativa dá indústria de trans formação com o aumento do pessoal empregado passou de 40,7 pontos (sinal de demissão) em janeiro de 2009 para 54,8 pontos neste início de 2010. O índice de expectativa de número de empregados cresceu pelo quarto trimestre consecutivo.

 

O novo aumento e o percentual elevado indicam que as intenções de ampliação do número de empregados estão mais difundidas pela indústria. Entre os 27 setores, apenas dois não sinalizam aumento do quadro de pessoal. Os segmentos com as expectativas mais positivas para o emprego são os de material elétrico e de comunicação, borracha, limpeza e perfumaria e farmacêutico.

 

A sondagem da CNI mostrou que , no último trimestre de 2009, o nível de utilização da capacidade instalada da indústria atingiu 77%, quatro pontos percentuais acima do resultado registrado no trimestre exatamente anterior. Houve também um crescimento de três pontos sobre o último trimestre de 2008 (74%). Apesar da expansão, o índice permanece abaixo do patamar do quarto trimestre de 2007, quando a indústria operava com 80% de sua capacidade. Naquele ano, o setor ainda não havia sido afetado pela crise financeira mundial.

 

Em nota, durante a divulgação dos resultados da sondagem, a CNI destacou que o ritmo de crescimento da indústria já está próximo aos níveis pré-crise. O indicador de produção mostra um aumento de 56,6 pontos no terceiro trimestre para 58,1 pontos no quarto trimestre. A dificuldade de acesso aos empréstimos para capital de giro e ao financiamento de longo prazo também foi apontada pelo empresário industrial como um obstáculo ao melhor desempenho da empresa. (Com Fernando Taquari, de São Paulo)
 

 

Veículo: Valor Econômico


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