Juro para consumo é o mais baixo em 15 anos

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Crédito concedido às famílias tem crescimento de 18,9% em 12 meses e chega a R$ 468,8 bilhões

 

Os juros dos empréstimos bancários, que estão em seu menor nível em 15 anos, e a melhora na confiança do consumidor têm impulsionado o movimento de recuperação das operações de crédito do sistema financeiro nacional. Apoiadas em uma série de medidas lançadas pelo governo para estimular a economia, as famílias têm buscado mais financiamentos para compra de bens e imóveis, segundo avaliação do Banco Central.

 

Os empréstimos destinados às famílias atingiram o montante de R$468,8 bilhões em novembro, um avanço de 18,9% nos últimos 12 meses, de acordo com os dados divulgados ontem pelo BC. No mesmo período, o estoque total de crédito ofertado pelo sistema financeiro cresceu 15% e atingiu R$1,39 trilhão.

 

Um dos grandes fatores por trás deste movimento de expansão do crédito para o cidadão comum é a queda dos juros. A taxa média cobrada em novembro nas operações destinadas às pessoas físicas atingiu 43% ao ano, o menor porcentual já registrado na série histórica do BC, iniciada em julho de 1994.

 

"O crédito às famílias foi afetado, fundamentalmente, por força de redução da confiança do consumidor no momento mais grave da crise. Quando essa confiança volta, as famílias, num quadro de manutenção de renda e emprego, voltam a se endividar", explicou Altamir Lopes, chefe do Departamento Econômico (Depec) do BC.

 

Um dos segmentos que tem garantido esse aumento dos financiamentos para as famílias brasileiras é o chamado crédito consignado, empréstimo com desconto na folha de pagamento, que saltou 35% nos últimos 12 meses. "Esse é um crédito de taxas bem mais baixas, de inadimplência baixa e, portanto, mais saudável para as famílias", disse Altamir. Como o pagamento do empréstimo é descontado diretamente do salário do empregado, o nível de segurança da operação para os bancos é alto, o que permite a cobrança de uma taxa média de juros de 2% ao mês.

 

Segundo Lopes, o consignado já representa quase 60% do estoque de R$177,1 bilhões em operações de crédito pessoal. Essas operações de crédito consignado, entretanto, ainda estão bastante concentradas entre funcionários públicos, que tem estabilidade de emprego. Dos R$105,2 bilhões oferecidos por meio deste tipo de operação, R$91,7 bilhões acabaram nas mãos dos trabalhadores do setor público.

 

HABITAÇÃO

 

Outro segmento que tem crescido é o de empréstimos habitacionais. Em novembro, o estoque destas operações atingiu R$86,4 bilhões, praticamente o dobro do que existia em 2007. O volume de operações com os chamados créditos direcionados - como recursos da poupança - é predominante, mas os bancos têm ampliado a oferta de crédito habitacional com base em outras fontes de recursos.

 

Apesar do avanço, os financiamentos habitacionais ainda correspondem a uma parcela pequena das operações de crédito em termos de proporção do PIB. Em outros países, este tipo de financiamento equivale a 30% do PIB, enquanto no Brasil ele deve atingir 2,8% do PIB ao final de 2009, ante 2% no ano passado.

 


Veículo: O Estado de S.Paulo


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