Importações devem crescer mais que exportações em 2010

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As exportações brasileiras deverão atingir em torno de US$ 170,7 bilhões no próximo ano, com crescimento de 12% em comparação ao resultado de US$ 152,4 bilhões projetado para 2009, de acordo com previsão divulgada pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).

 

Em contrapartida, as importações deverão aumentar cerca de 24% por causa da taxa de câmbio e do crescimento interno, considerando uma elevação de 5% do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma dos bens e serviços produzidos no país. Isso levará a um superávit de US$ 12,2 bilhões na balança comercial. O resultado representará uma queda de 48,9% em relação ao saldo de US$ 23,9 bilhões estimado para 2009.

 

O vice-presidente da AEB, José Augusto de Castro, afirmou que com o aumento de 12% nas exportações e de 24% nas importações, o comércio exterior, em 2010, vai oferecer uma contribuição negativa para o crescimento do PIB. O impacto da balança será de um a 1,5 p. p. negativo.

 

Castro avaliou que, mais uma vez, o Brasil vai continuar dependendo das commodities , porque, com a atual taxa de câmbio os produtos manufaturados não têm competitividade. Eles vão lutar apenas para manter os parâmetros atingidos em 2009.

 

Segundo Castro, o Brasil depende 70% das cotações das commodities. Se elas se comportarem como ocorre atualmente, o cenário será de superávit comercial. Se, ao contrário, for registrada queda nas cotações, em especial nos complexos soja e de minérios, poderemos até ter uma surpresa de ter um déficit comercial. Vamos depender muito das cotações das commodities.

 

De acordo com ele, há duas dúvidas em relação ao comércio exterior brasileiro em 2010. Uma delas se refere soja, porque em 2010 devem coincidir três supersafras no Brasil, Argentina e Estados Unidos. Até agora, os preços estão mantendo a média de 2009, o que é bom para o Brasil. A confirmação das três supersafras, entretanto, pode ter um efeito negativo para o país.

 

A segunda dúvida diz respeito ao aço, já que há uma produção excedente de 500 milhões de toneladas em em todo o mundo sem impacto nos preços.

 


Veículo: DCI


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