Alimentos, câmbio e automóveis ajudam varejo em 2009

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Conjuntura: IBGE apurou alta de 1,4% nas vendas do comércio em outubro na comparação com setembro


  
A sexta alta consecutiva nas vendas do comércio varejista em outubro confirma a retomada do setor, mas o crescimento em 2009 ficará abaixo do observado no ano passado. É o que indicam os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) referentes ao período de janeiro a outubro, cujo crescimento acumulado é de 5,1%. Segundo o coordenador da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), Reinaldo Pereira, mesmo com a expectativa de um bom desempenho nos últimos dois meses de 2009, a expansão do comércio este ano dificilmente vai superar a variação de 9,1% observada em 2008.

 

A boa notícia é que o crescimento contínuo nos últimos meses indica boas possibilidade de o comércio passar a desenvolver suas vendas, em 2010, em ritmo semelhante ao que era notado em 2007 e 2008, antes da crise econômica. "Os números mostram, pelo próprio crescimento da economia, é que a partir de agora haverá crescimento mais robusto, mas temos que aguardar para ver se isso se confirma", afirmou Pereira.

 

As vendas no comércio no país em outubro cresceram 1,4%, na comparação com setembro na série com ajuste sazonal considerando o critério restrito, que exclui automóveis e material de construção, segundo o IBGE. Em relação a outubro de 2008, a alta foi de 8,4%. A receita nominal de vendas no comércio teve expansão de 1,8% em outubro, na comparação com setembro. No acumulado do ano, o volume de vendas cresceu 8,4% em relação a igual período de 2008. Deste resultado, mais de dois terços correspondem ao movimento em supermercados e produtos alimentícios.

 

As vendas no comércio varejista ampliado - que inclui vendas de veículos e motos, partes e peças e de material de construção - registraram queda de 2,6% em outubro, frente a setembro. Na comparação com outubro de 2008 houve alta de 11,2%. Este resultado foi influenciado pela queda de 15,8% na venda de veículos e motos, partes e peças na comparação com setembro. Já as vendas de material de construção no varejo registraram alta de 0,8%, o que reverte a queda vista em setembro, de 1,2%. Com automóveis, o peso dos alimentos cai para um terço do aumento das vendas no varejo.

 

Na comparação com setembro, todas as oito atividades pesquisadas registraram crescimento, com destaque para artigos farmacêuticos, medicamentos e perfumaria, com avanço de 2,5%. Também cresceram forte as vendas de tecidos, vestuário e calçados (1,9%).

 

Reinaldo Pereira atribuiu o bom resultado de outubro aos mesmos fatores que vêm mantendo o comércio em alta, como o aumento da massa salarial do brasileiro e a estabilidade do emprego. Ele ressaltou ainda o efeito positivo do real valorizado sobre as vendas do comércio varejista. "A valorização do real incentiva as exportações, e aí entram produtos importados mais baratos que competem com os internos, segurando os preços", explicou.

 

O desempenho do comércio vem sendo puxado pelo setor de hiper e supermercados, com alta de 1,4% frente a setembro, e de 12,2% perante outubro de 2008. Pereira lembrou que a estabilidade dos preços contribui para este desempenho. "O setor alimentício tem um peso muito grande na estrutura da pesquisa e envolve os primeiros produtos a serem consumidos, são de primeira necessidade. Eles vêm segurando o resultado do varejo", observou.
 

 

Veículo: Valor Econômico


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