Coca-Cola dá um gás às empreendedoras com um aporte de R$ 200 milhões

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A capacitação do pequeno varejo é um dos focos da atual campanha dos 80 anos da empresa no país

 

A fabricante de refrigerantes Coca-Cola está ampliando seu programa de capacitação de pequenos empreendedores, batizado de “Coca-Cola dá um gás no seu negócio”. Nesta nova fase, que comemora os 80 anos da empresa no país, o foco está especialmente nas mulheres que atuam na área de alimentação, inicialmente com dois projetos de formação e aceleração de negócios em Porto Alegre (RS) e Salvador (BA).

 

O investimento no programa neste primeiro ano deve girar em torno de R$ 150 milhões a R$ 200 milhões. As ações fazem parte de um ciclo de investimentos de R$ 3 bilhões anuais no país, que fomentam projetos de impacto social e ambiental.

 

“Para a gente, o pequeno varejo é o coração do negócio, em que as marcas se conectam com as pessoas. Alguém que te apoia no início vai ser seu parceiro de forma sustentável”, diz Luis Felipe Avellar, presidente da Coca-Cola para os países do Cone Sul da América Latina ao veículo de imprensa.

 

A plataforma digital é aberta a pequenos varejistas e empreendedores informais que queiram aprender mais sobre digitalização de processos, gestão de estoques e capital de giro, além de ter acesso a conteúdo do Sebrae e da Abrasel, associação que representa bares e restaurantes. O objetivo no primeiro ano é atingir 300 mil clientes do Sistema Coca-Cola, o que representa quase metade da base de clientes da companhia.

 

Já os projetos com empreendedoras das capitais gaúcha e baiana são desenvolvidos pelas engarrafadoras de cada região, a Coca-Cola Femsa e a Solar, respectivamente. Em um ano, a meta é beneficiar 4.150 mulheres, com as iniciativas sendo estendidas a outras seis capitais. Além de Salvador e Porto Alegre, os projetos vão contemplar empreendedoras de São Paulo (SP), Rio de Janeiro (SP), Curitiba (PR), Recife (PE), Manaus (AM) e Brasília (DF).

 

Em Porto Alegre e região metropolitana, o projeto “Empreenda como uma mulher” abriu vagas para 500 empreendedoras — com inscrições esgotadas em três dias. Em seis meses, as empreendedoras terão 14 encontros online e presenciais, que contemplam ferramentas teóricas e práticas de empreendedorismo e gestão.

 

Já o projeto “Meu negócio é meu país”, em Salvador, tem inscrições abertas até dia 21 de agosto e visa promover o empoderamento feminino, em especial entre as mulheres negras e pardas. O objetivo é também impulsionar a culinária regional, explica Avellar. A capacitação é dividida em treinamentos, encontros e mentorias, tendo como parceiros a marca Kuat e a Aliança Empreendedora. Para capacitação on-line serão escolhidas 630 mulheres, das quais 30 serão selecionadas para processo de aceleração, com assessorias individuais e prêmio de R$ 3 mil para investimento em melhorias do seu negócio.

 

De acordo com Avellar, o fortalecimento dos pequenos negócios também é essencial para esse momento de retomada. O isolamento social impôs desafios a bares e restaurantes. Muitos deixaram de existir, mas tantos outros surgiram da necessidade de parte da população de empreender. Essa reconfiguração do chamado “canal on premise” exige, agora, adaptação da indústria de bebidas frias, cujo consumo fora do lar é uma das principais fontes de receita.

 

“Estamos num momento inflacionário, de pressão de custos. Para gente é importante continuar investindo no crescimento de receita via uma equação equilibrada de volume e preço. A gente tenta ser o mais responsável possível na gestão de preços e usando ferramentas de portfólio”, diz ele, citando aumento de participação de embalagens retornáveis e embalagens menores com preço de entrada.

 

“Ajuda a escolha do consumidor nesse portfólio com preços mais acessíveis. Temos bastante ferramental para entender as elasticidades, portfólio e tentar minimizar os impactos da inflação. Ainda é muito difícil prever melhorias, mas o que temos que ter é flexibilidade.”

 

Avellar diz, no entanto, que a situação no Brasil é melhor, sem quedas nos volumes. “Tivemos uma sequência de resultados muito positiva, tanto no primeiro quanto no segundo trimestre, com crescimento de receita e  volume. E, pelas nossas medições, temos ganhado participação de mercado nas principais categorias em que a gente atua”, diz, acrescentando que o desempenho do mercado brasileiro está em linha ou ligeiramente melhor do que o de outros países da região.

 

Ainda de acordo com o executivo o retorno do consumo fora do lar está em ritmo intenso, embora novas ocasiões de consumo em casa tenham surgido com a pandemia e vieram para ficar. “Hoje estamos vendo uma retomada da demanda muito forte, ainda em níveis inferiores ao pré-pandemia em tráfego e praticamente igual em termos de valores, mas tudo de forma crescente”, diz.

 

A expectativa, segundo ele, é de que o segundo semestre seja de retomada ainda mais forte, especialmente com comemorações de fim de ano e Copa do Mundo. “O pequeno varejo vai ganhar um novo fôlego com a Copa.”

 

Fonte: Raquel Brandão, Valor


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