Fornecedores querem ajudar empresas a criar seus sistemas

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Nos últimos anos, a Borland ficou conhecida por prover ferramentas para os desenvolvedores de todo o mundo criarem software. Por isso, chama a atenção o fato de a empresa ter vendido o controle da operação que focava em ferramentas de desenvolvimento para se dedicar complemente a negócios com sistemas que buscam aprimorar a produtividade e qualidade nos projetos de desenvolvimento de software.

 

Apesar de representar um novo posicionamento, um mercado em que precisa criar marca e enfrentar novos rivais, o movimento se justifica por colocá-la em um nicho de maior crescimento. Diversas empresas com ofertas de software, como a IBM e a HP, têm buscado nos últimos anos ganhar força em sistemas que ajudam as empresas a gerenciarem melhor suas atividades de TI, tanto em termos de infra-estrutura quanto em desenvolvimento de programas.

 

Essas fabricantes buscam aproveitar o aumento da demanda por sistemas para melhorar os processos internos das áreas de tecnologia. "A TI ajudou as áreas de negócios, implementando sistemas de gestão (ERP) e de relacionamento com os clientes (CRM)", diz o vice-presidente de marketing e comercial da Borland, José Eugênio Braga. "Mas a TI andou muito desgastada." O atraso em entrega de projetos e dificuldade de priorizar as tarefas ajudaram a criar uma má imagem da área, que agora busca desfazê-la, investindo em sistemas que garantam a própria eficiência.

 

Por esse motivo, tanto empresas de desenvolvimento de software quanto de outros setores - como o financeiro e de telecomunicações -, mas que baseiam lançamentos de produtos em novos sistemas, buscam sistemas e metodologias para automatizar e controlar todo o processo. "Ainda é comum áreas de TI em empresas utilizar Excel (planilha eletrônica da Microsoft) para controlar projetos e o e-mail para fazer requisição de tarefas", conta Braga.

 

Empresas como a Borland e a IBM investiram em desenvolver sistemas para automatizar e aprimorar esses controles, produtos que compõem uma suíte conhecida como gerenciamento do ciclo de vidas das aplicações ou pela sigla ALM (application lifecycle management). Eles incluem desde a definição da arquitetura de construção do programa, a gestão de mudanças de processos até a garantia de qualidade do desenvolvimento propriamente dito, explica o gerente de marketing da unidade Rational, da IBM, Frederico Rezende. E o uso de programas é acompanhado de metodologias, como a utilizada pela IBM, a Rational Unified Process (processo unificado Rational), em sua unidade de negócios nascida da aquisição da Rational, em 2003, e dedicada ao desenvolvimento de software. A metodologia e os sistemas se encaixam dentro do conceito de governança de TI, defende o executivo.

 

A Borland viu um aumento de seu crescimento no Brasil, com o novo foco, conta o vice-presidente de marketing e comercial, José Eugênio Braga, atingindo um ritmo de expansão de 40% ao ano, apesar da tecnologia que defende agora ser mais recente e ainda estar na fase de maturação.

 

A mudança do perfil de negócios foi completada com dois fatos este ano. Em maio, a Borland vendeu para a Embarcadero Technologies a unidade CodeGear, que compreendia o ambiente de desenvolvimento Delphi, concorrente do Visual Studio, da Microsoft. A unidade foi criada há 2 anos como um negócio em separado já com o objetivo de ser negociada com outra empresa. E, na metade deste ano, lançou a suíte de sistemas Borland Management Solutions, de ALM, o que Braga compara com um sistema de gestão (ERP) para a área de desenvolvimento. O ERP é voltado para automatizar as operações administrativas das empresas.

 

Com isso , ela mudou de vez o foco - apesar de no Brasil ainda representar os produtos CodeGear -, passando até a negociar com um público diferente. Anteriormente o alvo eram os desenvolvedores de software, agora as reuniões para negociar a venda de produtos são marcadas com os diretores ou vice-presidentes de TI, diz o executivo.

 


Veículo: Gazeta Mercantil


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