Kaspersky acirra briga no mercado de antivírus

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Até agora, a maioria dos programas que protegem os computadores de vírus e outros tipos de ameaças virtuais baseiam-se na chamada lista negra: uma relação de códigos reconhecidamente perniciosos, que são identificados e extraídos da máquina. 

 

Agora, a companhia russa Kaspersky Lab quer ganhar espaço com uma estratégia oposta: uma lista branca, composta de programas benignos. Ao reconhecer, de um lado, as ameaças reais e, de outro, os códigos seguros, o software de proteção pode concentrar-se na zona cinzenta de programas que não se encaixam em nenhuma das categorias, mas podem revelar-se perigosos a qualquer momento, exatamente porque costumam passar despercebidos. 

 

"Ao longo dos anos, novas abordagens apareceram para controlar os novos tipos de cybercrimes", conta Eugene Kaspersky, co-fundador e presidente da companhia. "Pensamos em fazer o processo inverso à lista negra, um banco de dados que relaciona mais de 400 milhões de programas benignos", explica o empresário. A novidade integra o novo pacote de segurança da empresa, batizado de Kaspersky Security 2009. 

 

"Além da sofisticação dos ataques cibernéticos, o mercado se assusta cada vez mais com o volume deles", diz Steve Orenberg, presidente da Kaspersky Lab para as Américas. Em 2007, a companhia registrou 2 milhões de amostras suspeitas de vírus - um montante maior que em seus dez anos anteriores de trabalho somados. Para esse ano, a estimativa é de reunir 15 milhões de amostras desse tipo, que são encaminhadas para o laboratório da empresa, em Moscou, para análise. 

 

Para se ter uma idéia da mudança no mercado de software antivírus, Kaspersky conta que já existem sites que oferecem um serviço de "vírus personalizado". A pessoa acessa esse endereço na internet e escolhe o tipo de vírus que deseja utilizar, quantas máquinas pretende atacar e até quantas empresas serão afetadas. 

 

Com a escalada dos ataques, o software antivírus já é considerado um item essencial pelo consumidor, diz Kaspersky. O usuário não quer, no entanto, que os programas de proteção - que ficam cada vez mais pesados e complexos - tornem-se, eles mesmos, um transtorno para usar o computador. "Temos que pensar na velocidade do programa", afirma Randy Drawas, presidente de marketing da Kaspersky para as Américas. 

 

A Kaspersky foi criada há 11 anos e, segundo seus executivos, já é a terceira maior companhia do setor, atrás da Symantec e da Trend Micro. Eugene Kaspersky diz estar animado com o crescimento da companhia. Quando perguntado sobre possíveis fusões, ele responde rápido: "Não estou interessado em vender o negócio". 

 

Na América Latina, o processo de expansão começou em 2004. Nos últimos dois anos, segundo dados da companhia, as vendas na região aumentaram 750%. Para administrar esse mercado, a empresa conta com seis escritórios: Brasil, México, Argentina, Panamá, Equador e Flórida. As operações no Brasil representam 40% dos negócios no mercado latino-americano. 

 

No ano passado, a companhia alcançou uma receita global de US$ 204 milhões. Em 2008, a previsão é de atingir um faturamento de US$ 370 milhões. 


 
Veículo: Valor Econômico


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