Mercados entram na era digital

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Rede Pão de Açúcar aposta em novas tecnologias para se diferenciar no setor e agilizar as compras

 

Imagine entrar em um supermercado e ser identificado automaticamente por meio da rede sem fio da empresa? E ao invés de ter que mostrar os documentos em compras com cartão de crédito, apenas colocar o dedo no leitor biométrico? Parece coisa de filme futurista, mas é a realidade de alguns supermercados do país que buscam oferecer inovação e rapidez no processo de compra.

 

No Pão de Açúcar do Iguatemi, por exemplo, os consumidores recebem um aparelho portátil com leitor de código de barras e usam carrinhos com monitores acoplados para acompanhar o valor das compras no decorrer de cada novo produto selecionado. Para quem não gosta de carregar as compras, o mercado oferece o “Personal Shop”, serviço em que a pessoa seleciona as compras  por meio do leitor de códigos de barra e solicita a entrega em casa, sem ter que passar pelo caixa, empacotar os produtos e transportá-los no carro.

 

“A inovação é uma tendência de consumo e uma forma eficiente de encantar os clientes”, comenta Wanderley Cillo, gerente de au-omação comercial do Grupo Pão de Açúcar.

 

Na unidade do Panambi, não é preciso nem mostrar a documentação na hora de pagar as compras com cartão de crédito. Recentemente, o mercado adotou a tecnologia de leitura biométrica, em que o consumidor é identificado automaticamente pelas suas impressões digitais.

 

“Antes de adotarmos uma nova tecnologia, estudamos o público do estabelecimento e realizamos trabalhos de marketing para não perdermos a clientela”, conta.

 

Além do Pão de Açúcar, duas unidades do hipermercado Extra em Brasília implantaram as etiquetas digitais, que permitem a mudança automática dos valores de cada  produto, principalmente em mudanças repentinas como as que ocorrem em promoções. “Com isso, evitamos o problema de o consumidor encontrar um preço diferente quando passa pelo caixa e vê a conta”, conta o gerente.

 

Na rede Walmart, a modernidade representa consciência social e ambiental. Nesses hipermercados, há caixas específicos e mais rápidos  para quem não for usar sacolas plásticas, que agridem o meio ambiente. Entretanto, não há projetos de inovação. O mesmo ocorre com o Carrefour, que afirma não investir em aparatos tecnológicos.

 

De acordo com Ricardo Patah, presidente do Sindicato dos Comerciários, a tendência é que os mercados se tornem cada vez mais informatizados, já que com isso eles ganham tempo e reduzem o quadro de funcionários. “O nosso maior medo é que até a função de caixa seja substituída por robôs”, destaca.

 

Em resposta, a Associação Paulista de Supermercados (Apas) afirma, em nota, que a implantação de recursos tecnológicos nos supermercados apenas trazem melhorias na padronização de processos de trabalho, qualidade dos serviços e redução de perdas e desperdícios.

 

Perfil dos empregados do setor

 

Os supermercados paulistas abriram 18 mil postos de trabalho no ano passado, sendo 27% deles (5 mil) apenas na capital do estado. Os dados foram divulgados na quinta-feira (15) na pesquisa “Balanço do

 

Segmento e Perfil dos Trabalhadores em Supermercados”, realizada pelo Sindicato dos Comerciáriosde São Paulo, em parceria com Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

 

De acordo com o estudo, 55% dos profissionais do setor supermercadista são homens, 58,6% têm de 17 a 29 anos e 92,4% têm ensino médio completo. A média salarial desses trabalhadores na capital paulista é de R$ 1.093,82, sendo que o público feminino recebe 23% menos que o masculino.

 

Mércia Bomfin, de 48 anos, trabalha no Walmart há quatro anos. Ela entrou na empresa como empacotadora e logo foi promovida para encarregada de frente de caixa. “No processo seletivo, eles valorizaram o fato de eu ter ensino médio completo. A conquista foi muito gratificante para mim”, comenta ela.

 


Veículo: Diário de S.Paulo


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