Comércio eletrônico atrai pequeno varejo

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Para sobreviver à concorrência acirrada do varejo, onde as empresas de grande porte ganham cada vez mais força, pequenos empresários apostam no comércio pela internet (e-commerce) e na diferenciação do mix de produtos, além da melhora do planejamento para não faltarem produtos no estoque. Para divulgar as vendas do novo canal, os empreendedores têm aumento investimentos em publicidade, de olho em impulsionar as vendas de Natal. Exemplo do otimismo é a loja virtual Amercantil, que espera encerrar o ano com crescimento de 60% em vendas e faturamento da ordem de R$ 5 milhões. A venda de eletrônicos e bazar deve saltar, acredita Márcio Albino, sócio diretor da empresa.

 

"Investimos mais em publicidade on-line e na programação do estoque, porque há muitas mercadorias de que os varejistas de eletroportáteis, principalmente entre as empresas menores, não têm estoque e vão ter dificuldades. Esse foi o nosso salto", declarou. Ele afirma ter percebido que o mercado vem aquecido e desde outubro fez uma compra programada para o Natal, "mas alguns itens estão com uma procura muito boa e a gente se arrepende de não ter comprado mais, como a linha de áudio, vídeo, cafeteira Nescafé e itens de adega".

 

Na PortCasa, loja virtual especializada em utilidades domésticas, a meta é vender, no mês de dezembro, mais que o dobro do que no mesmo período do ano passado, de acordo com Natan Sztamfater, diretor da empresa: "Investimos mais em publicidade para este Natal e temos uma grande expectativa de vendas: queremos superar em mais de 200% as vendas do ano passado, que foram afetadas pela crise".

 

Para o professor Nuno Fouto, do Programa de Administração do Varejo (Provar), a estratégia de se posicionar fora do carro-chefe das companhias maiores é muito importante. Ele conta o caso da Target, nos EUA, "uma empresa que não é pequena, mas que mudou seu posicionamento para não concorrer diretamente com o Walmart, que na época vinha em direção a ela em alta velocidade. Com isso a empresa teve muito sucesso". De acordo com o professor, na internet é mais fácil para pequenos e médios empresários a briga pelo cliente. "Lá é possível se apresentar como uma empresa grande."

 

Vendas

 

Interessados em conquistar os clientes das classes emergentes, que parecem mais conscientes na hora de comprar, os varejistas também apostam nas promoções de Natal, além de prazos maiores para o pagamento das compras a prazo. Exemplo disto são as atrações sazonais da megaloja Super Casas Bahia, que incomoda a concorrência - sejam empresas grandes ou pequenas - e aposta na variedade de produtos para faturar R$ 70 milhões em 28 dias. Os principais itens da megaloja este ano são os móveis e eletrodomésticos, que estão com redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI).

 

Segundo Mari Zampol, diretora da CO.R Inovação, que realiza pesquisas sobre o comportamento das classes C e D, principalmente durante o Natal, a base da pirâmide aprendeu a comprar. "Eles assumem as prestações que cabem no bolso, conhecem os juros e negociam. E no fim de ano, [de olho nisso] as grandes redes varejistas realizam superpromoções e possibilitam dividir os preços em até 18 vezes sem juros."

 

Empresas de menor faturamento encontram na venda pela internet e no estoque programado a solução para competir pelos clientes durante a época mais quente de vendas, segundo especialista no varejo.

 


Veículo: DCI


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