Supermercadista eleva venda, mas perde mercado no Brasil

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O varejo brasileiro continua a desacelerar e o Walmart perdeu participação de mercado após fechar lojas no país. As informações foram dadas ontem pelo presidente do Walmart International, David Cheesewright, em teleconferência com analistas sobre o resultado do primeiro trimestre fiscal do grupo, encerrado em 30 de abril. A rede informou em fevereiro que fechou 25 lojas no Brasil, o que gerou queda de sua fatia nas vendas, em troca de tentar preservar margem operacional.

A companhia reforçou, porém, que registrou aumento de vendas "mesmas lojas" (em operação há mais de 12 meses). "Dos nossos cinco maiores países, o Brasil entrega vendas positivas em lojas comparáveis [mesmas lojas] para o trimestre", disse Cheesewright. A expansão foi de 4,4% de fevereiro a abril, em relação a igual período do ano passado.

Segundo dados do relatório de resultados, o tíquete médio (gasto por pessoa) subiu 7,2%, mas o tráfego de consumidores nas cerca de 550 lojas brasileiras caiu 2,8% - sinal de que há menos clientes nas lojas, mas aqueles que vão aos pontos de venda gastam mais.

O Walmart decidiu implantar há três anos no país o modelo "preço baixo todo dia", em vigor em seus mercados pelo mundo, baseado em reduções de custos e despesas e repasse desses ganhos aos preços. A rede está deixando de operar com promoções no Brasil e tenta trabalhar com preços menores e mais constantes. É um formato ainda em implantação e que o Walmart admite que não atingiu todos os resultados esperados.

"Ganhos de produtividade na operação do Brasil são fundamentais para o nosso modelo de negócio", disse o executivo. "Esse modelo [de ganhos em produtividade] nos permite compensar a inflação dos salários nesses países [Brasil e China]", afirmou.

Cheesewright disse que esteve no Brasil recentemente, onde viu "em primeira mão o alinhamento da equipe e compromisso para a estabilização do negócio". "Estamos implementando uma série de iniciativas para construir uma base mais sólida, incluindo investimentos em liderança de preços e na melhoria da nossa produtividade. Estes investimentos estão focados em ambos os nossos formatos de varejo e atacado, e estamos satisfeitos com a melhoria das tendências em alimentos e produtos de consumo", disse.

O executivo afirmou que o mercado de varejo no Brasil continua a desacelerar, "em linha com a economia". "Apesar disso e do calendário de Páscoa [a data aconteceu em abril e não em março, como em 2013], as vendas totais e as vendas "mesmas lojas" cresceram. "Conforme esperado, o lucro operacional diminuiu devido a investimentos em iniciativas-chave e preços", disse.

"Enquanto ainda temos um caminho a percorrer no Brasil, fortalecemos ainda mais a nossa base de talentos em áreas-chave, tais como operações, finanças, compliance, recursos humanos e de merchandising em relação ao ano passado. Portanto, eu estou cautelosamente otimista sobre a melhoria que estamos vendo", acrescentou.

Globalmente, a receita líquida do grupo subiu 0,8% no primeiro trimestre fiscal, para US$ 114,96 bilhões. O lucro líquido caiu 5,1%, para US$ 3,58 bilhões.

Segundo a varejista, o frio incomum trazido pelo inverno mais rigoroso na América do Norte afetou seu nível de vendas. No indicador de "mesmas lojas", as vendas caíram 0,2% nos Estados Unidos.

O frio também causou maiores despesas. Enquanto os custos ficaram 0,8% maiores - em linha com a alta da receita -, os gastos operacionais foram de US$ 22,05 bilhões, expansão de 1,9%. O lucro antes de juros e impostos caiu 3,8%, para US$ 6,19 bilhões.



Veículo: Valor Econômico


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