Retomada do crescimento é esperada para 2017

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A combinação de fatores, como a recuperação da confiança empresarial, leve aumento da produção industrial e do volume de vendas do varejo e a tendência de baixa no nível de desemprego, já permite a aposta na retomada do crescimento econômico brasileiro a partir do próximo exercício, mesmo que em ritmo moderado. Apesar das expectativas favoráveis, no entanto, o País ainda possui desafios significativos a cumprir a fim de se alcançar um crescimento sustentável de sua economia.

 

A análise foi feita por especialistas econômicos e do setor supermercadista no painel "Economia - Perspectivas e tendências da economia brasileira e seu impacto no setor", que encerrou as atividades da 50ª Convenção da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), em Atibaia (SP). Segundo o diretor sênior da S&P Global Ratings, Luciano Gremone, mesmo com a leve recuperação que a economia brasileira já começa a esboçar, ainda é muito cedo para se considerar um turnaround da recessão. Isso porque, conforme ele, há uma tendência de melhora em alguns indicadores, mas, por outro lado, alguns índices como desemprego, ainda continuam a subir.

 

"Tivemos progressos interessantes no que se refere à estabilização política do País, no déficit em conta corrente e no controle da inflação, por exemplo. Mas antes de darmos o processo por completo, precisamos de uma consolidação do poder do presidente Temer, no que se refere à aprovação de medidas difíceis, a redução do déficit fiscal que ainda depende de grande reformas como a previdenciária e a continuidade da Operação Lava Jato, que pode voltar a corroer a política", alertou.

O economista-chefe do Banco Safra, Carlos Kawall, concordou com a análise sobre a gradual recuperação do País. O especialista afirmou que esta não é somente a mais profunda crise que o Brasil já viveu nas últimas décadas, como também a mais longa. De acordo com ele, nos anos de 2013 e 2014 o consumo no Brasil cresceu em larga escala, enquanto a indústria passou por uma estagnação. Isso corroeu a sustentação do mercado interno e, a partir do ano passado, com a queda do emprego e da renda, a crise se aprofundou.

 

"A recuperação econômica do Brasil será lenta e dependerá quase que totalmente do avanço de reformas estruturais", disse. A partir disso, Kawall contou que é esperado um ciclo considerável de redução da taxa de juros, a ser iniciado em breve. Além disso, projeções do banco dão conta que após uma queda de 3,5% no Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, em 2017 haverá alta de 0,5% e em 2018 o crescimento da economia poderá saltar para 2%. Segundo ele, a taxa básica de juros (Selic) deverá encerrar 2016 em 13,75%, cair para 9,75% no próximo ano e fechar em 9% em 2018.

 

"Já em termos de inflação, as projeções são ainda melhores. Pois, os alimentos, que pressionaram a alta dos preços neste ano, deverão dar uma trégua a partir do ano que vem. Assim, as estimativas para a alta dos preços são de 10,7% ao fim deste exercício, 4,9% em 2017 e 4,5% em 2018", revelou. Classe C - O presidente da Abras, Fernando Yamada, por sua vez, ponderou que embora o cenário seja de recuperação, o mercado brasileiro tem grande potencial. Para ele, para crescer de forma sustentável, o setor supermercadista necessita que a classe C permaneça no patamar de 50% da população, que a inflação retorne ao centro da meta, que os investimentos no País voltem a acontecer e que a indústria gere novos atrativos aos consumidores.

 

"Nosso grande desafio é saber como crescer diante de um cenário de desemprego elevado e queda da renda da população. O mais importante pro setor é o poder de compra, que vem se deteriorando cada vez mais. De toda maneira, a confiança do empresário de supermercados também está se recuperando e os investimentos voltarão a ocorrer", disse. Dados da Abras revelam que o nível de confiança do setor chegou a 58 pontos em outubro e vem crescendo desde junho, quando ultrapassou a barreira dos 50 pontos, que separa o pessimismo do otimismo. Além disso, até o fim deste exercício, o setor deverá somar R$ 4 bilhões de investimentos. Deste total, 47% ocorrerão em novas lojas.

 

 

 

Fonte: Diário do Comércio de Minas


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