TRT-RS alerta sobre golpe que usa link falso para invadir computadores

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O Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) tomou conhecimento de um novo golpe e alerta a comunidade sobre como se proteger. 

O golpista envia um e-mail falso, com dados reais de um processo trabalhista, informando que a próxima audiência foi adiada e que seria necessário clicar em um link para obter mais informações. Ao clicar no link, o computador é invadido pelo golpista. Com o procedimento, o criminoso poderá ter acesso a todos os arquivos da máquina, inclusive documentos contendo dados bancários. 

Um caso foi noticiado pelos jornais do Grupo Sinos, em Estância Velha.

Este tipo de golpe é conhecido como phishing. A palavra, do inglês “fishing”, é uma analogia criada pelos golpistas, em que “iscas” (mensagens eletrônicas) são usadas para “pescar” informações de usuários.

Por meio desta fraude, o golpista tenta obter informações pessoais e financeiras do usuário, combinando meios técnicos e engenharia social – termo usado quando uma pessoa tenta convencer outra a executar ações que a levam a fornecer informações ou seguir passos que facilitem a efetivação de golpes.

O TRT-RS orienta advogados e advogadas a alertarem seus clientes sobre a fraude. Em caso de dúvida, recomenda-se que a parte interessada entre em contato diretamente com seu advogado ou com a unidade judiciária responsável pelo processo, a fim de confirmar a veracidade das informações.

Outros tipos de golpes envolvendo a Justiça do Trabalho:

Decisões judiciais falsificadas: Os golpistas conseguem informações reais dos processos em andamento, incluindo o número e os nomes dos advogados e do juiz, por exemplo. De posse desses dados, eles enviam um documento falso ao autor da ação, informando que ele teria ganho a causa sem possibilidade de recurso da empresa. Esse contato inicial é seguido de um pedido de pagamento de valores com a promessa de que a vítima receberá o montante total posteriormente. O golpe ocorre, principalmente, por meio de mensagens de WhatsApp. Uma vez feito o pagamento, os criminosos desaparecem e desativam os canais de contato.

Acordo falso: O reclamante recebe uma sentença trabalhista falsa, enviada por um perfil do WhatsApp que simula o do escritório de advocacia que o representa. O golpista utiliza um número de telefone desconhecido e a fotografia do advogado do trabalhador. A sentença fraudulenta refere que o processo foi solucionado pela homologação de um acordo, e que não serão mais realizadas audiências de instrução. No contato com o reclamante, o golpista encaminha a sentença fraudulenta e informa que o processo foi "deferido e julgado procedente", e que o reclamante "teve um resultado positivo e ganhou a causa". O documento falso inclui dados reais, como o número do processo e o nome do juiz do Trabalho responsável. Ele também informa que está no Tribunal para obter a liberação do valor pago no processo, e para isso pede o pagamento de uma quantia. 

Golpe da guia falsa: Os criminosos enviam documentos falsos simulando guias judiciais e solicitam depósitos de valores com justificativas enganosas, como liberação de certidões ou levantamento de valores.

Golpe da falsa intimação para pagamento: Intimações falsas são enviadas por e-mail, contendo timbres e assinaturas fraudulentas, exigindo pagamentos indevidos. Os e-mails fraudulentos não devem ser confundidos com e-mails verdadeiros enviados por oficiais de justiça, cujo remetente sempre termina com @trt4.jus.br e contêm apenas arquivos PDF assinados eletronicamente. A assinatura eletrônica pode ter sua autenticidade conferida por QRCode.

Golpe do recolhimento de custas em precatórios: Os fraudadores se passam por advogados e informam que o reclamante precisa pagar uma taxa para obter uma "Declaração Anual de Isenção de Imposto de Renda".

COMO SE PROTEGER

Desconfie de contatos diretos do Tribunal pedindo algum pagamento: O TRT-RS não solicita pagamentos diretamente às partes envolvidas nos processos. A comunicação oficial ocorre, geralmente, por meio dos advogados.

Apenas oficiais de Justiça enviam comunicações (citações, intimações, notificações e ofícios) por e-mail ou WhatsApp, para partes e testemunhas. Há detalhes que podem ajudar os destinatários a identificar a veracidade das mensagens. Os e-mails enviados terão como remetente algum usuário do correio eletrônico do Tribunal, com a extensão @trt4.jus.br. O WhatsApp conterá a identificação do servidor como oficial de Justiça. Se a pessoa desconfiar da identidade do oficial, pode pedir a apresentação da carteira funcional digital, cuja autenticidade pode ser conferida por QRCode. Os documentos enviados por e-mail ou WhatsApp, por sua vez, terão sempre a extensão .pdf e a assinatura eletrônica. A autenticidade da assinatura eletrônica do documento PDF também pode ser conferida por QRCode.

Confirme com o(a) advogado(a): Sempre entre em contato com seu advogado ou advogada pessoalmente ou por ligação telefônica, ou com a unidade judiciária onde tramita o processo, para esclarecer dúvidas antes de realizar qualquer pagamento.

Evite clicar em links desconhecidos: Golpistas utilizam links fraudulentos para enganar as vítimas. Caso receba uma mensagem suspeita, entre em contato com seu advogado(a) ou com a unidade judiciária em que tramita o processo.

ONDE DENUNCIAR

Se você suspeita de um golpe ou recebeu uma abordagem suspeita:

  • Entre em contato com seu advogado ou advogada (pessoalmente ou por ligação telefônica), ou com a unidade judiciária onde seu processo tramita.

  • Denuncie à Corregedoria do TRT-RS pelo e-mail corregedoria@trt4.jus.br.

  • Caso tenha sofrido um prejuízo financeiro, registre um boletim de ocorrência na delegacia mais próxima ou na delegacia virtual do seu Estado.

  • Fique atento e compartilhe essa informação com colegas, amigos e familiares para evitar que mais pessoas sejam vítimas desses golpes.

Cartilha de Segurança

Cartilha de Segurança para Internet fornece outras dicas de conscientização para prevenir diversos tipos de golpes em ambiente virtual.

Confira algumas instruções:

Busque mais informações

Para não cair na lábia de golpistas, é preciso desconfiar, manter a calma e checar se a mensagem que recebeu ou o conteúdo que viu na internet são confiáveis. Procure a informação da fonte, pesquise por relatos de golpes semelhantes e converse com amigos e familiares.

Fique atento ao tom da mensagem

Golpistas exploram os sentimentos das pessoas, como medo, obediência, caridade, carência afetiva e ganância, para convencê-las a agirem como eles querem e de forma rápida, sem pensar. Desconfie de mensagens contendo ameaças, oportunidades de ganho fácil, promoções ou descontos muito grandes, pedido de sigilo, apelo emocional, senso de urgência.

Questione se o conteúdo faz sentido

Golpistas costumam enviar mensagens em massa com conteúdo genérico esperando que alguém "morda a isca". Questionar-se sobre o conteúdo, e se faz sentido para você, ajuda a não cair em golpes.

Fique atento a golpes do dia a dia

Suspeite de mensagens com temas cotidianos como: recadastramento de token, cancelamento de CPF, débitos pendentes, oferta de emprego, pontos ou bônus a vencer. Não faça o que pede a mensagem e, na dúvida, contate a instituição usando um canal oficial.

Confirme a identidade antes de fazer transações financeiras

Desconfie de mensagens pedindo ajuda financeira – se isso acontecer, contate a pessoa por outro meio de comunicação e informe o ocorrido ao real dono da conta, amigos e familiares. Outra dica é conferir sempre os dados do recebedor antes de efetivar transações.

Fonte: Bárbara Frank (Secom/TRT-4).

Fonte: TRT 4ª Região – 10/06/2025


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