Frederico Trajano avisa: o Magalu compete com Rappi, iFood e até com o Google

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Rede varejista divulga resultados fortes no quarto trimestre de 2020 e mira seis novos mercados, dentre eles o de supermercado

 

 

 

Ao longo de 2020 e do começo de 2021, o Magazine Luiza fez 11 aquisições. De companhias de delivery de comida, como o AiQFome, até a VipCommerce, que conecta supermercados, passando por publicidade digital e fintechs.

 

Agora, a companhia quer colocar todos esses negócios para escalar ao longo de 2021. “Apesar de toda a aceleração digital, estamos apenas arranhando a superfície”, disse Frederico Trajano, CEO do Magazine Luiza, ao NeoFeed. “Há uma oportunidade gigantesca em vários segmentos.”

 

O comentário aconteceu logo depois de o Magazine Luiza divulgar os resultados de seu quarto trimestre de 2020, que mostram que a taxa de crescimento das vendas online seguem aceleradas.

 

Nos últimos três meses de 2020, o Magazine Luiza movimentou R$ 9,5 bilhões nas vendas online (vendas próprias somadas ao do marketplace), consolidando-se na vice-liderança do mercado brasileiro, atrás apenas do Mercado Livre.

 

A rede varejista controlada pela família Trajano já havia ultrapassado a B2W, dona das marcas Submarino, Americanas.com e Shoptime no terceiro trimestre. O desempenho foi repetido agora. A B2W movimentou R$ 9,2 bilhões nos últimos três meses de 2020, um pouco menos do que o Magazine Luiza.

 

Trajano indicou seis mercados em que acredita que são oportunidades de crescimento para o Magazine Luiza e na qual a companhia deve focar: supermercados, delivery de restaurantes, moda e beleza, retail tech, fintech e publicidade digital. “O objetivo é endereçar bem as oportunidades de nossas aquisições”, afirmou o CEO do Magazine Luiza.

 

A visão do executivo é que todos esses mercados são enormes no Brasil e que ainda são mal explorados do ponto de vista online. O que cria uma oportunidade gigantesca. “Temos uma base de clientes enorme para explorar através do modelo de plataforma.” Hoje, o Magazine Luiza tem 80 milhões de clientes.

 

Questionado sobre quem é o seu principal concorrente hoje, Trajano disse que, no mundo digital, é difícil delimitar território.  “Na China e nos Estados Unidos, Alibaba e Amazon concorrem com quase todo mundo”, disse o CEO. “É uma concorrência mais abrangente. Esse é o modelo que tende a prosperar no mundo inteiro.”

 

No caso de supermercados, o Magazine Luiza comprou, no começo de março deste ano, a VipCommerce, uma plataforma que conecta 100 redes de supermercados com 400 lojas presentes em 18 Estados. Anualmente, elas movimentam R$ 250 milhões. A meta é criar um marketplace – hoje, a operação de alimentos é operada exclusivamente pelo próprio Magazine Luiza.

 

Em delivery de restaurantes, o objetivo é integrar o aplicativo AiQFome, comprado no início de setembro do ano passado, ao superApp do Magalu, que conta com mais de 30 milhões de usuários.

 

Hoje, o aplicativo está presente em 450 cidades e movimenta R$ 1 bilhão por ano. “Há players bem estabelecidos, como o iFood, Rappi e Uber Eats”, diz Trajano. “Mas, em pouco tempo, podemos ser vice-líderes com a integração com o nosso ecossistema.”

 

O mesmo raciocínio vale para a área de fintech. Em dezembro, o Magazine Luiza adquiriu a Hub Fintech, por R$ 290 milhões. Com o negócio, passou a ser dono de uma operação com 4 milhões de contas digitais e cartões pré-pagos ativos, que movimentaram R$ 7 bilhões nos últimos 12 meses.

 

O objetivo, agora, é integrar essa operação com seus outros ativos de pagamentos, como o Magalu Pay, que já tem 2,7 milhões de contas digitais ativas, o Magalu Pagamentos e a LuizaCred.

 

A ideia é conectá-los, abrindo espaço para a criação e oferta de serviços financeiros, como cartão de crédito, empréstimos para pessoas físicas e jurídicas, seguros e cashback. O TPV (total payment volume) que passou pelo Magazine Luiza foi de R$ 42 bilhões em 2020.

 

Em publicidade digital, área na qual o Magazine Luiza comprou o site de tecnologia Canaltech e a Inloco Media, a ideia é vender publicidade na plataforma da rede varejista, como já fazem B2W e Amazon. Em última instância, a companhia vai competir também com o Google nesse espaço.

 

Resultado

No quarto trimestre de 2020, as vendas totais (incluindo marketplace) do Magazine Luiza cresceram 66%, atingindo R$ 14,9 bilhões – no ano, elas somaram R$ 43,5 bilhões, alta de 59,6%. O e-commerce cresceu 121% e representou 64% das vendas totais do Magazine Luiza. No três últimos meses de 2020, ele somou R$ 9,5 bilhões. As vendas nas lojas físicas, por sua vez, cresceram 16% (11% nas mesmas lojas).

 

No período, o lucro líquido ajustado foi de R$ 232 milhões, com crescimento de 40% sobre o quarto trimestre de 2019. Em 2020, o lucro líquido ajustado somou R$ 377,8 milhões, uma queda de 25,1%. Trajano diz que o Magazine Luiza está com 800 lojas fechadas no momento (a rede conta com 1.301 pontos físicos). No começo deste ano, 100% delas estavam abertas. “Temos a felicidade de ter dois terços do faturamento da companhia online”, afirmou o CEO.

 

Mesmo assim, o Magazine Luiza poderá sofrer com o fechamento das lojas por conta da pandemia do novo coronavírus. “A loja física tem uma margem de contribuição alta, portanto podemos ter impacto na margem líquida.”

 

Fonte: Portal NeoFeed


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