Além de bancos, varejo e operadoras se protegem de calotes

Leia em 4min 40s

                                  Empresas de capitalaberto trabalham comcenário de aumento nainadimplência aolongo do ano que vem.

A expectativa de piora na economia provocou uma corrida das empresas de capital aberto, que construíram um colchão bilionário para se protegerem de uma possível alta nos calotes. O movimento não é só de bancos, mas também de empresas de varejo e de telecomunicações. As companhias estão se protegendo da possibilidade de que mais clientes percam o emprego e, por isso, tenham dificuldade em honrar compromissos nos próximos meses.

No terceiro trimestre, a inadimplência das pessoas físicas subiu em um ritmo que surpreendeu até bancos como o Itaú. E o pico está longe de ser alcançado. A expectativa é que alguma melhora no índice só apareça em 2017.

O sinal amarelo nos calotes fez os grandes bancos elevarem em R$ 16 bilhões o saldo de provisões para devedores duvidosos em apenas um trimestre. As reservas de Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander superaram a marca de R$ 112,5 bilhões.

Entre os bancos médios, os números também mostram o medo da inadimplência. Para o Daycoval, o índice vai subir por causa do cenário “absolutamente desafiador”.

O reforço nas provisões, segundo o professor de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), Marcos Piellusch, é importante e esperado para as empresas neste ano. Com inflação e desemprego em alta, o atraso das pessoas físicas vai aumentar por causa de maiores gastos recorrentes com luz, água, telefone, plano de saúde e mensalidades escolares.

Além dos bancos. As companhias de varejo também têm visto subir a inadimplência em seus produtos financeiros. O Magazine Luiza, que tem a maior parte de suas operações de crédito numa joint venture com o Itaú, teve de aumentar as provisões apesar de ter reduzido a carteira de crédito ao consumidor em 35,5%. Na Renner, as provisões agora equivalem a 18,8% da careteira total de credito, contra 14% do mesmo período de 2014.

No setor de educação, além do cenário macroeconômico, houve o impacto das mudanças no Fies, programa de financiamento à educação superior do governo federal. Kroton, Ser Educacional e Anima estão entre as que reforçaram as provisões para calotes.

Outro segmento que não passou ileso foi o de telecomunicações. A Telefônica Vivo passou a ser mais rigorosa na gestão de inadimplência e cobrança. Com isso, as previsões subiram 27,5% de julho a setembro, em relação ao mesmo período de 2014, para R$ 349,4 milhões. “Estamos aplicando políticas rígidas para que a inadimplência não cresça”, justificou o presidente da Telefônica Vivo, Amos Genish, em teleconferência.

As despesas com provisões foram o destaque da alta dos gastos operacionais da Oi no trimestre, ao subirem 29,5% em 12 meses, para R$ 181 milhões. A empresa fechou o período de julho a setembro com prejuízo superior a R$ 1 bilhão.

A expectativa de piora na economia provocou uma corrida das empresas de capital aberto, que construíram um colchão bilionário para se protegerem de uma possível alta nos calotes. O movimento não é só de bancos, mas também de empresas de varejo e de telecomunicações. As companhias estão se protegendo da possibilidade de que mais clientes percam o emprego e, por isso, tenham dificuldade em honrar compromissos nos próximos meses.

No terceiro trimestre, a inadimplência das pessoas físicas subiu em um ritmo que surpreendeu até bancos como o Itaú. E o pico está longe de ser alcançado. A expectativa é que alguma melhora no índice só apareça em 2017.

O sinal amarelo nos calotes fez os grandes bancos elevarem em R$ 16 bilhões o saldo de provisões para devedores duvidosos em apenas um trimestre. As reservas de Bradesco, Itaú, Banco do Brasil e Santander superaram a marca de R$ 112,5 bilhões.

Entre os bancos médios, os números também mostram o medo da inadimplência. Para o Daycoval, o índice vai subir por causa do cenário “absolutamente desafiador”.

O reforço nas provisões, segundo o professor de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), Marcos Piellusch, é importante e esperado para as empresas neste ano. Com inflação e desemprego em alta, o atraso das pessoas físicas vai aumentar por causa de maiores gastos recorrentes com luz, água, telefone, plano de saúde e mensalidades escolares.

Além dos bancos. As companhias de varejo também têm visto subir a inadimplência em seus produtos financeiros. O Magazine Luiza, que tem a maior parte de suas operações de crédito numa joint venture com o Itaú, teve de aumentar as provisões apesar de ter reduzido a carteira de crédito ao consumidor em 35,5%. Na Renner, as provisões agora equivalem a 18,8% da careteira total de credito, contra 14% do mesmo período de 2014.

No setor de educação, além do cenário macroeconômico, houve o impacto das mudanças no Fies, programa de financiamento à educação superior do governo federal. Kroton, Ser Educacional e Anima estão entre as que reforçaram as provisões para calotes.

Outro segmento que não passou ileso foi o de telecomunicações. A Telefônica Vivo passou a ser mais rigorosa na gestão de inadimplência e cobrança. Com isso, as previsões subiram 27,5% de julho a setembro, em relação ao mesmo período de 2014, para R$ 349,4 milhões. “Estamos aplicando políticas rígidas para que a inadimplência não cresça”, justificou o presidente da Telefônica Vivo, Amos Genish, em teleconferência.

As despesas com provisões foram o destaque da alta dos gastos operacionais da Oi no trimestre, ao subirem 29,5% em 12 meses, para R$ 181 milhões. A empresa fechou o período de julho a setembro com prejuízo superior a R$ 1 bilhão.

 



Veículo: Jornal O Estado de S. Paulo


Veja também

Alimentos ficam mais caros, e inflação pelo IPC-S ganha força

Indicador ficou em 0,86% na segunda prévia de novembro, diz FGV. Hortaliças e legumes ficaram quase 7% mai...

Veja mais
Varejo europeu dita as regras e afeta citricultura do Brasil

Com a propaganda negativa no maior mercado consumidor de suco brasileiro, outras bebidas ganham espaço nos superm...

Veja mais
'Estadão' discute futuro do agronegócio

  Produtividade, crédito, tecnologia, sustentabilidade e logística são alguns dos temas que se...

Veja mais
Crise e dólar alto vão frustrar Natal da tecnologia

Todos os equipamentos eletrônicos estão mais caros e as vendas em 2015 em queda; se o desempenho previsto p...

Veja mais
Carga tributária é o maior entrave para o setor industrial

                    ...

Veja mais
Falta de chuva atrasa plantio de soja

         Vinte dias de estiagem complicaram o plantio de soja em dois estados qu...

Veja mais
Consumidores devem ficar atentos aos descontos da Black Friday

Conhecida como principal evento de desconto do comércio americano, a Black Friday ganhou o Brasil em 2010. S&oacu...

Veja mais
Brasil importou US$44,6 milhões em produtos lácteos em outubro

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), em outubro a ...

Veja mais
Produtos industriais dão lugar a alimentação saudável

                    ...

Veja mais