Consumidores devem ficar atentos aos descontos da Black Friday

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Conhecida como principal evento de desconto do comércio americano, a Black Friday ganhou o Brasil em 2010. Só no ano passado, a data movimentou quase R$ 872 milhões nas lojas online do País. As reclamações dos consumidores, no entanto, também aumentaram proporcionalmente. Em 2014 foram cerca de 12 mil registros no site Reclame Aqui, parceiro do Busca Descontos, que organiza a Black Friday nacional. A ação que promete dar até 80% de desconto será no dia 27 deste mês.

Uma das principais queixas dos compradores é a maquiagem do preço dos produtos ou o famoso “tudo pela metade do dobro”, no qual as lojas aumentam o valor dos itens pouco tempo antes para depois abaixar o preço para o dia da promoção. De acordo com o Procon-SP, 76% das demandas registradas via telefone e redes sociais em 2014 foram sobre produtos ou serviços indisponíveis, sites intermitentes (falha na página) e mudança de preço na finalização na compra.

“É preciso começar a pesquisar nas lojas uns 15 dias antes do evento. Porque muitas aumentam o preço de alguns produtos dias antes. Por exemplo, o preço normal de uma TV de Led 40 polegadas era R$ 1.700 só que poucos dias antes aumentaram para R$ 2.200. No dia da Black Friday colocaram desconto de R$ 2.200 por R$ 1.700. E as pessoas acham que estão conseguindo uma vantagem que não existe. Por isso o lema é: comece pesquisando antes. Isso aconteceu comigo”, comenta Laerte Ribeiro Pedroso Júnior, 38 anos, operador de veículos industriais, de Santo André, que poupa cerca de R$ 100 mensais para gastar na data do evento e ainda usa parte do 13º salário.

O órgão de defesa do consumidor alerta para a verificação dos preços cobrados antes do “grande dia”, que pode ser feito em sites de buscas e páginas das empresas participantes da promoção. Neste ano, o site oficial da Black Friday fará também um monitoramento dos preços de hora em hora com as melhores ofertas disponíveis e também os valores à vista e a prazo, numa tentativa de dar mais credibilidade ao evento nacional.

Pedroso Júnior, que prefere investir em eletrônicos, já conseguiu um desconto de R$ 300 em um celular Samsung Galaxy Core Plus. “O preço normal era de R$ 750 e acabei comprando por R$ 450. E ainda em três vezes sem juros pelo cartão de crédito.” Ele, no entanto, costuma pechinchar bastante os preços. “Tem que pesquisar muito porque a variedade de preço para o mesmo produto é grande. Foi o que aconteceu comigo no ano passado. Em duas lojas, uma de frente para a outra, tinha diferença de mais de R$ 100 em um mesmo aparelho celular.”

De acordo com o Procon-SP, outros cuidados devem ser tomados na hora da compra. “Analisar a descrição do produto e comparar com outras marcas, imprimir ou salvar todos os documentos que demonstrem a oferta e confirmação do pedido (comprovante de pagamento, contrato, anúncios, etc.). É importante também ler a política de privacidade da loja virtual para saber quais compromissos ela assume quanto ao armazenamento e manipulação de seus dados”, afirmou a entidade.

O estudante de São Bernardo Tiago Henrique dos Santos Gomes, 19, costuma comprar cosméticos e roupas na Black Friday, tanto em lojas físicas quanto nos sites. “Geralmente consigo descontos de 30% a 40%, uma economia bem em conta que ajuda bastante. Na edição deste ano pretendo renovar as calças e camisas.”

Por não ter tido ainda nenhum problema com compras nos sites, Gomes nunca se preocupou em guardar comprovantes dos produtos que adquiriu. “A única coisa que sempre procuro fazer é comprar com boleto para não ter surpresas com valores debitados errados na conta do cartão de crédito depois”, conta.

Os direitos do consumidor são os mesmos, independentemente de ser Black Friday, segundo o Procon. “No caso de problemas, o consumidor deve procurar primeiramente a empresa, não havendo resultado, registrar a reclamação junto a um órgão de defesa do consumidor de sua cidade.”

Estimativa
A projeção de vendas para a edição deste ano, segundo os organizadores, é de R$ 978 milhões, o que corresponde a um aumento de 12% em relação aos números do ano passado. O valor médio de gastos dos consumidores deverá ser de R$ 422.

 



Veículo: Jornal Diário do Grande ABC


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