Feira mostra na prática como o dinheiro encolheu no último ano

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Se a madrasta precisasse ir à feira em São Paulo em busca da maçã para a Branca de Neve (R$ 10 por 1,3 quilo), seria bem provável que fosse preferir conviver com alguém mais bonita do que ela nesta época de preços nada encantadores -ou esperar pelo horário da xepa.

Na quinta-feira passada (23), a Folha foi à feira da rua Martim Francisco, em Higienópolis (zona central de São Paulo), para descobrir o quão mais caro está abastecer a fruteira e a geladeira em ano de inflação perto dos 10%.O objetivo era mostrar, na prática, que compra seria feita com R$ 100 há um ano atrás e qual seria possível neste mês de julho.

Como o preço dos vegetais varia ao longo do ano -fora da safra, o preço sobe-, a comparação foi feita num intervalo de 12 meses, para evitar essas distorções sazonais.A quantia foi escolhida para facilitar a comparação e sob a hipótese de que abasteceria a cozinha de uma família formada por um casal e até dois filhos.Na lista de produtos que iriam para a sacola estavam frutas, verduras e legumes variados. O resultado está nas fotos do topo da página.

A compra final com os R$ 100 ficou 25% menor neste ano. Encontrar cebola sem chorar ao ver o preço virou trabalho de garimpeiro, assim como o dos sete anões. As mais bonitas da feira saíram por R$ 10 o quilo e, nesse caso, nem adiantou pechinchar com o feirante.Na mesma barraca, o alho chegava a R$ 40 o quilo, ou R$ 9 por quatro cabeças.

Segundo a Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), que acompanha preços de produtos frescos no atacado, a cebola puxou a alta de 1,95% nos preços em junho ante maio. O Índice Ceagesp não registra oscilação de preços na base anual.O preço da feira também depende do humor do vendedor, do horário e da oferta das demais barracas, sabem os mais experientes nas compras de rua. Com uma única banca vendendo bananas, não houve espaço para barganhar desconto nos R$ 5 a dúzia da prata.Na safra, laranjas e tangerinas saíram por R$ 2 e R$ 3 o quilo, mais barato que no sacolão do bairro.

Outro respiro para o bolso veio de um produto que poucos arriscariam dizer que caiu de preço: o tomate, vilão da inflação no ano passado, custou R$ 3 o quilo nas variedades italiano e salada.

XEPA

Segundo a Ceagesp, o consumo está retraído, enquanto as condições climáticas estão favoráveis ao desenvolvimento de legumes e verduras.Enquanto os preços não cedem, porém, os pacientes e os que não se incomodam com a gritaria de fim de feira podem encontrar uma alternativa na hora da xepa.Na quinta, a oferta era ampla e de produtos de qualidade mesmo perto das 13h, quando as barracas precisam ser desmontadas.



Veículo: Jornal Folha de S.Paulo


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