O valor da hortaliça deve retornar a índices normais até o final do ano
Fazer aquele bife acebolado ou o tradicional vinagrete que acompanha o churrascão de domingo ficou mais caro e muitos paraenses sequer perceberam a alteração. A cebola teve sua safra prejudicada por questões climáticas e quem pagou foi o consumidor. O item, que compõe a cesta básica, acumula desde o início do ano um aumento de 145,53%, segundo estudo divulgado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos no Pará (Dieese-PA). Entretanto, o valor deve retornar a índices normais até o final do ano.
Em dezembro do ano passado, o quilo da cebola era comercializado em feiras e supermercados da Grande Belém a R$ 2,57, em média. O preço subiu para R$ 2,67 em janeiro de 2015. Em maio, o valor do quilo da cebola deu um salto, sendo encontrado na capital por cerca de R$ 5,58. Em junho, o a hortaliça atingiu o pico da carestia e chegou a custar R$ 6,31. Desta forma, o reajuste no preço da cebola consumida pelos paraenses no mês passado foi de 13,08% em relação ao mês de maio. No 1º semestre de 2015 a alta no preço da cebola foi a maior entre os produtos hortifruti, chegando a impressionantes 145,53 %. A inflação medida pelo INPC/IBGE para o mesmo período foi de 6,80%.
A justificativa para a alta inesperada em um item que faz parte da base da alimentação dos brasileiros é o clima, que não foi propício para a produção da cebola. Aliado à entressafra natural do período, a colheita tímida fez disparar o valor do item. “O Pará importa 100% do seu consumo de cebolas. Os estados que normalmente nos abastecem, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, não tiveram boas safras. Precisamos recorrer a outros estados, que de olho na falta da cebola no mercado, subiu o preço”, justificou o diretor técnico da Central de Abastecimento do Pará (Ceasa), Rosivaldo Batista.
A cebola que chegou à mesa dos paraenses veio 60% da Bahia, 32% de Pernambuco e 7% de Goiás. Porém, essa realidade vai mudar até o final deste mês. A nova safra deve chegar com um valor mais acessível. “O atacado é mais sensível a essas mudanças. Na Ceasa, em maio, a saca de 20 quilos da cebola custava R$ 84,37, em média. Já em junho, a mesma quantidade já estava sendo vendida por R$ 77,81. O varejo demora mais a se adequar a esses ajustes, mas acredito que até o fim de julho, teremos preços menores nos supermercados e feiras”, analisou Batista.
Nos supermercados de Belém, muita gente afirmou mal ter percebido a diferença. “Eu costumo pegar a quantidade que preciso e pesar, confesso que não sou de checar o preço, ainda mais da cebola, que tradicionalmente é barata”, justificou a aposentada Vera Dantas, de 63 anos. Para o empresário Thales Mendonça, de 47 anos, a variação foi percebida agora. “Não tinha reparado. Às vezes, a gente faz as coisas no automático. Acho que vou reduzir um pouco a quantidade até o preço normalizar”, comentou.
Veículo: Jornal O Liberal - PA