Calçadista menos otimista

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O setor calçadista de Minas Gerais não está muito otimista com a produção e o faturamento para o final deste ano. A economia desaquecida e a escassez de mão de obra qualificada são os principais obstáculos para os negócios. Apesar da expectativa inicial de incremento de até 10% na produção frente à do ano passado, conforme dados do Sindicato das Indústrias Calçadistas do Estado de Minas Gerais (Sindicalçados-MG), esse índice deve ficar aquém do esperado.

O vice-presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova), Pedro Gomes, não tem boas perspectivas para o aumento da produção e do faturamento nos próximos meses. "Não acredito que haverá um aumento na produção, a economia desaquecida deixa o mercado muito restrito", diz. Para Gomes, com a aproximação do Natal, a procura pelo produto tende a aumentar, mas as lojas deixam para fazer os pedidos na última hora e correm o risco de não terem estoque suficiente. "Então, elas farão pedidos que as fábricas não terão capacidade de produzir", esclarece.

De acordo com Gomes, a economia instável impede que fabricantes e lojistas se disponham a investir em calçados. "As lojas e as fábricas não investem se elas não enxergam uma possibilidade de mudança no panorama econômico", avalia.

A gerente da Andrezza Indústria de Calçados em Belo Horizonte, Andréia Cândida, espera para este final de ano um aumento de 5% tanto na produção quanto no faturamento se comparado ao mesmo período no ano passado. "Na verdade, poderíamos produzir mais se não tivéssemos tantos problemas com a falta de mão de obra qualificada", aponta. Ela destaca que a dificuldade em encontrar trabalhadores que atuem no setor está muito grande. "Acredito que as pessoas qualificadas estejam migrando para empregos em outros setores", diz. Adréia Cândida ressalta a indústria já recebe encomendas de lojistas que querem antecipar as compras de Natal. "Lojistas que antes faziam pedidos de 500 pares já fazem de mil neste ano", relata. Ela confirma que a empresa vende, principalmente, para lojistas de Belo Horizonte e do interior do Estado. "Também vendemos muito para o Estado da Bahia", revela.

O vice-presidente do Sindicato das Indústrias Calçadistas do Estado de Minas Gerais (Sindicalçados-MG), Gilson Xavier, vislumbra uma pequena melhora no ritmo de produção no último quadrimestre do ano. "Esperamos um incremento de 10% na produção e faturamento das empresas para o final deste ano com relação ao mesmo período no ano passado", prevê.

Apesar deste aumento, Xavier frisa que as vendas ficarão aquém do ano passado. "Em 2011, tivemos um acréscimo de 30% no final do ano se comparado ao ano anterior", expõe. Xavier credita a produção em ritmo menor ao verificado no ano passado às dificuldades enfrentadas pela economia. "Se a economia não cresce, a demanda não cresce e a nossa produção também fica estagnada", explica.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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