Minaspuma investe em renovação

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Cenário econômico atual afeta vários setores, não só o de colchões


Apesar dos mais de 40 anos de mercado, pioneira em fabricação de colchões em Minas Gerais, a Minaspuma sofre os efeitos da concorrência acirrada no segmento que, hoje, conta com mais de 550 fabricantes do produto no Brasil - mas apenas seis deles possuem o selo de qualidade. A marca, que detém uma fatia de aproximadamente 15% do mercado mineiro, registrou, no ano passado, um faturamento 10% abaixo do esperado e, para este ano, a estimativa é que o índice caia mais 10%. Para enfrentar a queda nos negócios, a empresa fez um aporte de R$ 2 milhões para a renovação completa do maquinário da fábrica que conta com 24 representantes nacionais - destes, seis estão no Estado.

Segundo a gerente de vendas, Shirley Castro Costa, o setor cresceu de forma desordenada nos últimos anos. "A briga de mercado está extremamente acirrada e, atualmente, o comprador procura mais preço do que qualidade". A gerente acredita que a pressão de mercado sofrida pela Minaspuma está totalmente ligada ao nível dos produtos oferecidos pelos concorrentes. "Somos competitivos, mas não entramos na guerra de preços, não vamos abrir mão do tipo de espuma, mola e densidades ofertadas aos nossos clientes para garantir sucesso nas vendas", esclarece.

Shirley Costa destaca que muitos consumidores compram colchões fabricados com materiais inferiores, que são ofertados como produtos de alto padrão. "O lojista se vê pressionado a não perder venda. O cliente é muito enganado. Compra ‘gato por lebre’. Solicita um colchão de densidade 33, mas, por falta de conhecimento, leva para casa um material de densidade 20", explica.

Desde o ano passado, a marca implantou medidas para enfrentar a concorrência e a queda nos negócios. "A nossa fábrica está novinha e com máquinas de última geração. Com o investimento, esperávamos um retorno imediato, o que não aconteceu", comenta a gerente.

A Minaspuma investiu em promoções, lançamentos de novos produtos e fortalecimento de 20% no quadro de representantes e vendedores como tentativa de dar um ganho nas negociações para o final do ano. "Os contratos fechados em setembro e outubro são pedidos que serão entregues até o final do ano. Eu diria que já estamos a todo vapor no cumprimento do plano de negócios em busca de uma recuperação nas vendas até dezembro", destaca a gerente.

Shirley Costa observa que a situação não está difícil apenas para o segmento de colchões, mas que o cenário econômico atual parece afetar vários setores. "Percebo que os comerciantes de eletrodomésticos e até de carros têm passado por situação semelhante à nossa. As lojas estão mais vazias, os consumidores sumiram. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) tem influência direta nesses resultados".

Apesar da retração sofrida no ano passado e neste ano, a empresa tem expectativas de melhorias nos negócios para 2013. "No ano que vem, o governo vai exigir o selo do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para todos os fabricantes de colchões. Acredito que a medida vai colaborar bastante para o controle de qualidade e para a retomada dos negócios da Minaspuma", afirma Shirley Costa.

A gerente ressalta que o cenário econômico não prejudica a todos os representantes da marca. "O empresário mais novo sofre mais, pois ainda está em processo de conquista de clientes. Relacionamento conta muito, por isso, os representantes com mais tempo de Minaspuma conseguem manter os contratos e perdem menos com a crise no segmento".


Meta alcançada -  o caso do representante da Minaspuma Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, José Lima Bandeira, que atua há quase 30 anos com a marca e conta que, apesar de perceber os impactos sofridos no setor, tem conseguido manter a média de negociações anual. "Aqui na região, meu percentual de crescimento está estipulado entre 15% e 20% ao ano. Tenho conseguido alcançar os resultados", garante.

Como único representante da marca em Montes Claros, Bandeira assegura que os números realmente foram mantidos em função da fidelização dos 120 clientes cadastrados. "A tradição da marca e a qualidade dos produtos aliadas ao bom relacionamento com os clientes me permitem manter o ritmo de vendas estável. Mas o lojista tem reclamado muito e sentido os resultados da baixa", avalia o representante.

Apesar da crise, no ano passado Bandeira conseguiu bater a meta e, neste ano, já colheu bons frutos do trabalho no Norte do Estado. "Nos meses de fevereiro e março, a Minaspuma registrou queda nos negócios e, até agora, não recuperou. Mas a nossa palavra-chave é a qualidade, e, desta, não vamos abrir mão. Além do mais, estamos na mídia e somos uma das poucas marcas que possui o selo de qualidade pró-espuma. Nosso produto possui garantia", conclui.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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