Queda de preços puxa vendas de eletrodomésticos

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Deflação de 0,89% e crédito fácil fizeram setor crescer 8,2% no primeiro semestre, em relação a 2007

 

Jacqueline Farid

 

As atividades que tiveram destaque no desempenho do varejo em junho estão sendo beneficiadas não apenas pela abundância de crédito, mas também pela queda nos preços. A comparação entre o resultado do IPCA do primeiro semestre e os dados do comércio varejista divulgados esta semana mostra que os segmentos com melhores desempenhos tiveram deflação.



O segmento de móveis e eletrodomésticos - que foi a principal influência (2,5 ponto porcentual) no aumento de 8,2% nas vendas do varejo em junho ante igual mês do ano passado - apresentou queda significativa de preços. De acordo com o IPCA, a deflação foi de 0,89% entre os eletrodomésticos, no primeiro semestre.



Os preços dos equipamentos de informática caíram 5,83%. Este é o principal produto da atividade campeã em magnitude de expansão no varejo em junho e no semestre (equipamentos e materiais para escritório e informática, com alta de 40,1% em junho e 30,9% no semestre).



A coordenadora de índices de preços do IBGE, Eulina Nunes dos Santos, atribui o recuo de preços à contribuição do dólar. A análise é compartilhada pelo chefe do departamento de economia da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Carlos Thadeu de Freitas. Segundo ele, "o dólar deve ter levado a essas deflações."



O economista da CNC ressalta que o crédito tem sido o fator preponderante para o ótimo desempenho nas vendas dos bens de consumo duráveis, mas avalia que o efeito preço também tem sido importante no vigor do crescimento das atividades.



A queda nos preços também ajudou a elevar as vendas de combustíveis e lubrificantes, atividade que vendeu 12,8% a mais em junho, acima da média do comércio (8,2%). De acordo com os dados do IPCA, a gasolina teve deflação de 1,21% no primeiro semestre, o álcool caiu 3,22% no período. O técnico da coordenação de serviços e comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, atribui os resultados positivos ao crescimento da economia e da frota de veículos.



FÔLEGO



,Para Freitas, mesmo com o recente de movimento de pequena alta do dólar em relação ao real, os preços "ainda deverão ajudar as vendas de móveis e eletrodomésticos" pelo menos até o fim do ano. Segundo ele, o impacto benéfico dos preços deve ainda afetar o setor de alimentos, que sentiu o impacto negativo da inflação em junho no varejo, mas já mostra recuo nos recentes índices inflacionários.



"As taxas de juros estão subindo e os preços não estão subindo mais", disse Freitas sobre a elevação dos juros, em 0,75 ponto, na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).



Para o economista da CNC, o varejo deve manter a velocidade de crescimento e fechar o ano com alta de 9% a 10%. Porém, a expectativa é que, por causa da Selic, a expansão desacelere no início de 2009.

 

Veículo: O Estado de S.Paulo


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