Hypermarcas tem fôlego para seguir com aquisições

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Menos de vinte dias depois de ter comprado a todas as marcas brasileiras da americana Revlon (Bozzano, Juvena, Acquamarine e Campos do Jordão) e as três do empresário Alexandre Romero (NY Looks, Radical e Bia Blanc), a Hypermarcas já está pronta para novas aquisições. "Já temos mais de R$ 400 milhões em caixa", disse ao Valor o presidente da empresa, Claudio Bergamo.
 
 

A empresa divulgou na terça-feira à noite seu balanço do segundo trimestre no qual mostra lucro líquido de R$ 64 milhões no segundo trimestre de 2008. A receita bruta foi de R$ 349,3 milhões, 43% mais que no segundo trimestre de 2007.
 

 
As vendas de medicamentos OTC (Over The Counter, na sigla em inglês, ou sem receita médica) representaram 33,5% da receita bruta. Isso graças à aquisição da Farmasa, fabricante de marcas famosas como Ronosoro e Tamarine, em julho passado, por meio de uma troca de ações calculada em R$ 873,4 milhões. "Sem considerar a compra da Farmasa, nosso crescimento de vendas pró-forma no mercado de OTC's foi de 4% no semestre", afirma Bergamo.
 


É o desempenho desse setor que, segundo analistas de mercado, anima a Hypermarcas a investir ainda mais na área farmacêutica. A empresa, que se tornou a líder do setor de medicamentos sem prescrição médica, com 11,7% de participação, deu seu primeiro passo na área em maio do ano passado, ao comprar a DM Farmacêutica, do Doril e Gelol, por US$ 750 milhões.
 


O alvo agora seria outra companhia focada em OTC's. Mas a empresa também estaria de olho em algum laboratório de medicamentos CFT, ou Classificação Fármaco-terapêutica (vendidos com receita, mas sem retenção).
 


A Hypermarcas também estaria planejando partir para um negócio totalmente novo para a empresa: o de bebidas energéticas. Só nos EUA, a venda de energéticos e bebidas cafeinadas subiu 40% no ano passado, segundo a Beverage Market Research Reports. No Brasil, o consumo segue a mesma tendência, segundo especialistas. As primeiras marcas chegaram por aqui nos anos 90. Hoje, a alemã Red Bull tem 51,7% das vendas no país, seguida da Flash Power, da também germânica Lizur Trading, com 8,5%. Depois vêm a Atomic Energy Drink (da Indústrias Reunidas de Bebidas Tatuzinho 3 Fazendas), com 3,5%, a Flying Horse (da alemã Asinto Getranke), com 3,3%, e a Blue Energy (da Blue Co Indústrias de Bebidas), com 2,6%, segundo a Euromonitor.
 

 
Todo esse apetite vem do fato de a empresa ter conseguido baixar sua dívida: de R$ 979 milhões, em dezembro passado, para R$ 208 milhões, em junho. "Tivemos uma geração de caixa de R$ 124 milhões e, com a abertura de capital, conseguimos R$ 580 milhões líquidos", afirma Bergamo. Ele, no entanto, evita responder perguntas sobre novas aquisições. "Vamos fazer, por que esse é nosso plano de expansão, mas não tenho nada para adiantar."
 

 
A Hypermarcas é hoje uma das maiores e mais diversificadas empresas de bens de consumo do país. Sua margem bruta, que no ano de 2007 havia ficado em 57,3%, passou para 60,3% durante o primeiro semestre deste ano, com margens de 60,7% no primeiro trimestre e 60,1% no segundo. A Hypermarcas também teve margem de lucro antes do pagamento de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) ajustado de 26,2%, no segundo trimestre, (R$ 69,6 milhões), enquanto a margem registrada no primeiro semestre deste ano ficou em 28,9%.
 


Veículo: Valor Econômico


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