Rendimento maior para compensar preço menor

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A queda no preço do leite em pleno inverno pressiona os pecuaristas a elevar o rendimento do rebanho na bacia mais produtiva do Paraná, os Campos Gerais. Apesar do crescimento de 63% nas exportações no primeiro semestre, apontado pela Secretaria de Comércio Exterior, eles dizem que as receitas estão próximas das despesas e tentam se superar com novas tecnologias expostas na feira Agroleite, realizada até domingo pela cooperativa Castrolanda, em Castro.


Fazendas que recebiam 75 centavos por litro em maio arrecadam agora 63 centavos. Os índices oficiais, medidos pelo Conseleite, apontaram queda de dois centavos por litro entre junho e julho em todo o Paraná. O clima de apreensão faz com que as promessas de aumentar a produtividade – com melhoria genética, nutrição e bem estar animal – chamem a atenção.


Os índices alcançados no torneio leiteiro da Agroleite provam que é possível avançar. Vacas holandesas de 750 quilos dão seu próprio peso em leite em apenas nove dias, o dobro das médias das fazendas mais produtivas do estado. Os dez animais que participam da competição alcançaram até 89 litros em um dia (três ordenhas). O resultado final sai amanhã. No ano passado, a vencedora produziu 93 litros por dia.


O dono do animal recordista, uma vaca holandesa chamada Storm (tempestade), afirma que produzir leite “é uma atividade de alto risco”. Hans Jan Groenwold considera que as oscilações do mercado põem em xeque as oportunidades abertas pela tendência de aumento nas exportações. Por outro lado, confia que o Paraná vai ocupar o espaço de regiões que estão migrando para a cana-de-açúcar, como o Noroeste de São Paulo.


As médias do torneio dificilmente são alcançadas nas fazendas. A competição reúne vacas em pico de lactação (um ou dois meses após a cria). Na fazenda de Groenwold, a média é de 40 litros/dia.


Os investimentos necessários para elevar a produtividade podem “quebrar qualquer um”, afirma o produtor Germano Lowen, que tira 14 litros por animal/dia na colônia alemã Witmarsum, em Palmeira. Ao mesmo tempo, “quem não investe decreta a própria falência”, argumenta.


As indústrias oferecem, por exemplo, ingredientes para alimentação que prometem elevar a produção diária em 1,6 litro de leite por animal. “Além disso, a economia pode chegar a 30 centavos ao dia por vaca”, afirma Winston Giardini, gerente de vendas da Alltech que divulga o Optigen, granulado fonte de nitrogênio que é misturado à ração. Os números vêm de uma experiência realizada com 34 vacas da região de Castro, relata.


Geneticamente, o setor leiteiro deve dar um salto nos próximos anos, segundo os representantes da CRV Lagoa, maior produtora de sêmen bovino da América Latina. Aos olhos dos pecuaristas, o maior avanço dos últimos tempos é a inseminação com sêmen sexado (que permite a escolha do sexo do bezerro), mas há muito mais por trás das tecnologias que estão chegando ao mercado, afirma o gerente de negócios da empresa, Henrique Brinckmann. A possibilidade de avaliar os animais através da leitura de seu código genético e transformar aqueles que têm as melhores características imediatamente em reprodutores economiza até sete anos nesse processo, afirma o especialista William Tabchoury, da mesma empresa.


A tecnologia é a atração da Agroleite, define Armando Carvalho, um dos organizadores. “Não temos shows de música ou atrações artísticas. As 50 mil pessoas que vêm para cá estão interessadas em questões técnicas.”

 

Veículo: Gazeta do Povo - PR


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