Para acompanhar as mudanças, é necessário se diferenciar

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Entender o comportamento do consumidor é essencial para manter o crescimento do varejo alimentar; e, para crescer,  será necessário tornar seu negócio cada vez mais singular

 

O varejo alimentar mantém a postura resiliente e flexível, sempre enfrentando as mudanças de frente e se adpatando da melhor forma possível. Isso é refletido principalmente no faturamento de 6,6%, no primeiro semestre de 2023, segundo estudo Shopper Report; comportamento de consumo no varejo alimentar, realizado pela empresa Bnex. O indicador mostra que mesmo em um cenário desafiador, como a expansão dos canais de distribuição e a realidade econômica com juros voláteis, o varejo alimentar segue evoluindo. Contudo, quem não se destacar no mercado, pode ficar para trás.

 

Além disso, a pesquisa revela um aumento no ticket médio, de 1,80%, com queda somente no cash & carry (-0,10%) e com destaque maior nos supermercados (2,50%), seguido pelo hipermercado (1,40%). Já o preço médio do produto teve uma alta de 8,40% em comparação a 2022, novamente com os supermercados liderando, com 8,90%, hipermercados (8,60%) e cash & carry (4,20%).

 

“Esse faturamento está muito ligado à questão de aumento de preço, com 8,40% na evolução do preço médio. Além do crescimento de vendas, aumento de ticket médio e frequência de clientes, são indicadores que contribuíram para o crescimento nesse semestre em relação ao semestre anterior”, afirma o head de Inteligência da Bnex, Evandro Alampi.

 

Outro fator que influenciou para esse resultado é a frequência de compras, que teve um aumento de 2,3%. O head de marketing da Bnex, Eduardo Donoso, explica que isso está acontecendo pois os supermercados estão conseguindo fazer com o cliente volte mais vezes em seu estabelecimento, ou seja, os programas de CRM estão auxiliando e fazendo com que o consumidor aumente sua quantidade de compras. “Essas pessoas consumiram produtos com um preço médio acima do que elas estavam acostumadas, devido ao aumento do preço dos produtos, ou pela compra de um melhor”, comenta Eduardo.

 

Missão de compra

Em relação à missão de compra, que diz respeito sobre o objetivo do consumidor estar comprando algo, seja para abastecimento mensal do lar, ou uma compra rápida, o primeiro semestre registrou que 46,3% realizam prioritariamente compras de emergência, uma adição de 1,7% sobre 2022, que registrou um número de 44,6%, mas com uma queda de 1% no quesito abastecimento, que foi de 8,7% para 7,7%.

 

A relação entre frequência e missão de compras estão correlacionadas, esses dados mostram que as pessoas estão indo mais às lojas físicas, mas comprando menos itens. “Esse é um comportamento que se apresenta geralmente quando estamos entrando em crise, porque só estão indo comprar o necessário”, comenta Eduardo. “Nós tivemos alguns pequenos momentos de superinflação, no final de 2022, mas foi bem passageiro no Brasil. As variações percentuais de missão de compra são bem pequenas, mas o aumento de frequência acaba trazendo isso”, complementa Evandro.

 

Vale ressaltar ainda que, de acordo com as análises, 88% dos clientes precisam ser incentivados por promoções, e somente 12% das pessoas finalizam suas compras mesmo sem nenhuma oferta de atração. Para fazer uma boa oferta é preciso conhecer o público alvo da marca, de acordo com os perfis e interesses. “Você consegue gerar frequência a partir do momento que você consegue tratar os seus clientes de acordo com a necessidade de cada um deles. Você não precisa ser o mais barato, só precisa parecer ser, e isso está relacionado com o que cada um espera de você”, fala o head de marketing.

 

Cliente fidelizado

Índice de Fidelidade e Engajamento do Varejo (IFEV) traz a informação da importância de ter um cliente fidelizado, uma vez que ele é um consumidor mais assíduo. “Trazer o cara cada vez mais engajado para a sua loja reflete no comportamento de compra dele”, diz Evandro.

 

Quanto mais o setor der importância para este aspecto, maiores são as chances de elevação do ticket médio e também do faturamento. O IFEV em 2022 foi de 112,20%, já nos primeiros seis meses de 2023, o índice registrou 115,50%.

 

O que esperar para o segundo semestre de 2023

Os especialistas apontam um desaceleramento para o segundo semestre de 2023 e que o supermercadista precisa pensar em meios para se diferenciar. “Nos últimos três anos a expansão de novas lojas foi muito grande, e agora a competitividade está muito mais alta”, evidencia o head de Inteligência.

 

Assim, é importante que os supermercadistas invistam em meios para se tornar singular, seja com aplicação de novas tecnologias que melhorem a experiência do cliente, ou em novas metodologias para o shopper, com um bom mix de produtos.

 

“Estamos passando por um amadurecimento grande no mercado, na maneira como o modelo de negócio funciona. É só ver o que a própria ABRAS está falando, de revolução, tecnologia, e isso já está sendo realidade. Quem está tendo resultado é quem acordou e mudou a maneira de trabalhar, saiu do tradicional. Está desafiador para quem não se preparou”, conclui Eduardo.

 

Redação SuperHiper 


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