Pesquisa aponta estabilidade da inflação nos supermercados em janeiro

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O Índice de Preços dos Supermercados (IPS), calculado pela APAS/FIPE, registrou uma inflação de 1,0% em janeiro. A pesquisa divulgada pela Associação Paulista de Supermercados (APAS) mostra uma acomodação em diversos produtos em decorrência do fim do auxílio emergencial, variação cambial estabilizada e cadeia de logística adaptada após a alta variação de preços detectada no segundo semestre de 2020.

 

Uma menor intensidade de exportações para a China no início de 2021 (-7,8% em comparação a jan/20) fez o preço da carne suína recuar -1,33% em janeiro. Já as carnes bovina e de frango, que em dezembro registraram aumento de 4,37% e 2,56% respectivamente, tiveram alta de 0,61% e 0,24% no mês de janeiro. A APAS informa que o fato está longe de ser um ciclo de quedas de preços, porém mostra uma acomodação no médio prazo.

 

O arroz, que chegou a registrar 17% de aumento em setembro de 2020, começou o ano com apenas 0,67%. As safras de outros países reforçaram a oferta global e as importações provenientes da Índia e Estados Unidos no fim do ano passado ajudaram a recuar o preço.

 

No caso do óleo de soja, as condições climáticas forçaram o atraso na colheita e as exportações caíram 96% comparado com janeiro de 2020. Isso causou desaceleração de preços e a inflação de janeiro foi 0,03%. Em setembro de 2020 o item registrou alta de 30,62%.

 

Abobrinha (28,47%), chuchu (25,69%) e cebola (23,70%) foram os itens que registraram os maiores aumentos. No caso da cebola, o principal motivo foi a quantidade de chuvas fortes no principal estado produtor (Santa Catarina). Completam a lista, melão (23,60%), tomate (22,32%), abacaxi (20,39%), pepino (19,32%), couve (12,52%) e alface (10,47%).

 

Outros itens de hortifrutis também se fizeram presente na lista das maiores quedas do mês, entre eles maracujá (-14,20%), mamão (-12,21%), repolho (-9,28%), limão (-7,39%), jiló (-6,69%), quiabo (-4,22%) e laranja (-3,03%).

 

No geral, os maiores aumentos do mês ficaram no campo do hortifruti com 4,35% de inflação. Os legumes, verduras e tubérculos registraram os maiores índices dentro do segmento FLV (12,16%; 6,45% e 6,36%).

 

Carnes e Queijos preocupam o setor supermercadista

 

As carnes bovina, de frango e suína, que registraram respectiva variação de preços em 0,61%, 0,24% e -1,33% no mês de janeiro, são produtos que foram muito impactados em 2020 com alta acumulada em 16,3% (bovina), 15,81% (frango) e 31,56% (suína). Estes produtos, que seriam menos impactados em janeiro se não fossem os 0,2% de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) imposto pelo Governo do Estado desde o dia 15 de janeiro, serão majorados novamente em 0,8% pelo ICMS no dia 1 de abril. Esse novo aumento foi programado pelo Governo do Estado por meio do Decreto nº 65.452, publicado em 30 de dezembro de 2020.

 

Os queijos Muçarela e Prato fecharam 2020 com respectiva alta inflacionária de 35,55% e 31%. Os queijos teriam iniciado 2021 com uma deflação se não fosse pelo aumento de 1,3% do ICMS que passou a incidir sobre o produto no dia 15 de janeiro. Por isso, o queijo prato, por exemplo, fechou janeiro com alta de 0,47%. A preocupação do setor tem motivo, os queijos prato, muçarela e minas ficarão 4,7% mais caros no dia 1 de abril em função de mais um novo aumento do ICMS assinalado pelo Governo do Estado no Decreto nº 65.450, também publicado em 30 de dezembro de 2020.


 

 

Nota Metodológica

 

O Índice de Preços dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias: i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite, Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne, Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes, Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza. Assim, o IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do setor supermercadista.

 

Fonte: Assessoria de Comunicação da APAS

 

 


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