Fatores que influenciam os preços nos supermercados

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Existe toda uma cadeia de produção na formação dos preços que enxergamos na prateleira de um supermercado. As variações vão desde a matéria prima que vem dos produtores, aos fatores de produção da indústria (energia, mão de obra, embalagem), fatores de logística (combustível, mão de obra, manutenção), impostos que incidem nas várias etapas da cadeia (federal, estadual e municipal). Desde o início da pandemia do COVID-19, a Associação Paulista de Supermercado (APAS) orienta seus associados a não aumentarem a margem de lucro praticada anteriormente à crise e apenas repassar os aumentos impostos pela indústria.


Mensalmente a APAS - calcula pela FIPE um índice inflacionário que aponta que – por exemplo – março/20 teve um aumento de 0,76% nos produtos e um acumulado do ano (jan-mar) de 1,40%. Este número é menor do que o registrado em 2019, quando esse acumulado ficou em 3,30%.  Outro dado que colabora com essa baixa inflação é o resultado da pesquisa de Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que considerado a inflação oficial do país, desacelerou para 0,07% em março, após ter registrado uma taxa de 0,25% em fevereiro. O resultado é o menor para o mês de março desde 1995. No ano, o indicador acumula alta de 0,53%. Os números refletem a baixa atividade econômica do país.


De acordo com estudo da APAS, as pessoas utilizam várias formas de pesquisar preços. Cerca de 54% dos consumidores utilizam o próprio mercado, 55% dos consumidores ainda usam tabloides também para pesquisas e 47% usam o aplicativo do celular das lojas. Os grupos de whatsapp já aparecem como fonte de pesquisa para 22% das pessoas.


Na tabela abaixo, a APAS indica os principais motivos que influenciam o preço das diferentes categorias. Clima, dólar, sazonalidade, energia, insumos e até embalagem influenciam nos preços de alimentos e bebidas

 

 

Também importante perceber que os supermercados são importantes para a negociação de preços na cadeia sendo um modulador de preços junto ao consumidor que irá demandar mais ou menos dos produtos e marcas de acordo com seu poder financeiro, gostos, costumes e preferências. Tanto que quando comparado ao índice geral são 14 anos abaixo do IPCA, índice oficial do governo e mesmo nos anos que a inflação de alimentos, bebidas, higiene e limpeza nos supermercados, o valor foi próximo.


 

PRODUTOS EM MARÇO/20

Em março/2020, das 27 subcategorias analisadas, 23 demonstraram aumento, sendo que os maiores foram em produtos hortifrutigranjeiros: legumes (6,01%), ovos (4,72%), tubérculos (4,29%) e leite (3,32%). Em 2019, os maiores aumentos mensais foram legumes (19,26%), tubérculos (13,14%), verduras (9,70%) e ovos (8,11%). Abaixo, a APAS divulga a inflação no preço dos principais produtos e categorias em março.



Leite: Preços maiores, mas por curto espaço de tempo

 

Em 2020, o leite sofreu 3,32% de inflação em março e entre as subcategorias do leite que também tiveram inflação foi o leite em pó (3,92%), creme de leite (2,69%) e bebida láctea (2,69%). A estimativa da APAS é que os preços deverão se manter nestes patamares para o próximo mês. Para a indústria do leite, a pandemia trouxe impactos principalmente nos setores de logística e embalagem, negociados em dólar. O índice não captou os aumentos recebidos pela indústria em tabela que chegaram até 30%, mas durante o mês de abril as novas tabelas já apontam para decréscimos de 11% até 16%.


Arroz: Tendência de alta em abril



Alta desde dia 03 de Março no atacado: 12%

 

Motivo: a) O preço no atacado das praças do Rio Grande do sul (2/3 produção nacional) aumentou pela maior demanda de atacadistas comprando maiores volumes (consumidores estocaram o produto no início da crise e b) Maior pressão internacional por importação do nosso produto que está competitivo com dólar acima de 5 reais. A Índice restringiu sua exportação (2º maior produtor do mundo) por problemas de mão de obra e assim poder abastecer sua população interna.


Nota Metodológica

 

O Índice de Preços dos Supermercados tem como objetivo acompanhar as variações relativas de preços praticados no setor supermercadista ao longo do tempo. O Índice de Preços dos Supermercados é composto por 225 itens pesquisados mensalmente em 6 categorias: i) Semielaborados (Carnes Bovinas, Carnes Suínas, Aves, Pescados, Leite, Cereais); ii) Industrializados (Derivados do Leite, Derivados da Carne, Panificados, Café, Achocolatado em Pó e Chás, Adoçantes, Doces, Biscoitos e Salgadinhos, Óleos, Massas, Farinha e Féculas, Condimentos e Sopa, Enlatados e Conservas, Alimentos prontos,); iii) Produto In Natura (Frutas, Legumes, Tubérculos, Ovos, Verduras); iv) Bebidas (Bebidas Alcoólicas, Bebidas Não Alcoólicas); v) Artigos de Limpeza; vi) Artigos de Higiene e Beleza. Assim, o IPS se apresenta como instrumento útil aos empresários do setor na tomada de decisões com relação a preços e custos dos mais diversos produtos. No que diz respeito à indústria, de maneira análoga, possibilita a tomada de decisão com relação a preços e custos dos produtos destinados aos supermercados. Ao mercado e aos consumidores é útil para a análise da variação de preços ao longo do tempo possibilitando o acompanhamento da evolução dos custos ao consumidor do setor supermercadista.

 


Fonte: Assessoria de Comunicação da Apas 


 

 

 

 


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