Preços no varejo recuam 0,42% no 1º bimestre

Leia em 2min 10s

O Índice de Preços no Varejo (IPV), apurado pela Federação do Comércio de São Paulo (Fecomercio), encerrou fevereiro com queda de 0,20%, acumulando nos primeiros dois meses do ano deflação de 0,42%. Em janeiro, o indicador havia recuado 0,22% ante baixa de 0,04% verificada em dezembro. No acumulado de 12 meses, a pesquisa aponta alta de 4,11%. Dos 21 grupos analisados pelo IPV, oito registraram queda nos preços no mês passado.

 

O segmento de veículos teve a quinta redução de preços consecutiva, com variação negativa de 2,21% e de 3,46%, em janeiro. Segundo Júlia Ximenes, economista da Fecomercio, uma das razões para o resultado foi a forte retração das vendas a partir de outubro de 2008, que gerou um excedente de oferta. Além disso, a redução de IPI para modelos populares e as promoções do início do ano fizeram com que os preços caíssem ainda mais. A atividade acumula no bimestre queda de 5,60%.

 

Os preços dos artigos de vestuário, tecidos e calçados baixaram 0,67% em fevereiro e 0,71% em janeiro. Júlia explica que parte deste comportamento pode ser atribuído às liquidações de queima de estoque, muito comuns nesta época do ano. Nos dois primeiros meses de 2009, o grupo acumula queda de 1,38%. Os preços nos açougues recuaram 2,70% em fevereiro ante a alta de 0,72% em janeiro, com destaque para carnes suínas (-6,48%), carnes bovinas (-2,51%) e aves (-2,48%). Com o agravamento da crise internacional, o volume exportado de proteínas animais foi reduzido de maneira significativa, resultando em excesso de oferta no mercado doméstico, provocando queda de preços.

 

O setor de eletrodomésticos finalizou o primeiro bimestre com alta de 0,27%. Os preços do segmento iniciaram o ano com alta de 1,03%, passando para uma queda de 0,75% em fevereiro. Júlia salienta que a produção desses bens foi muito acelerada em 2008. Entretanto, com o arrefecimento das vendas da atividade no final do semestre passado, houve a necessidade de regular os estoques e grande parte dos lojistas realizou liquidações e concedeu descontos.

 

O setor de materiais de construção passou de alta de 0,39% em janeiro para queda de 0,40% no segundo mês do ano. Essa é a primeira variação negativa desde junho de 2007. A economista da Fecomercio alerta para um fator que pode contribuir para o realinhamento dos preços, dentro das circunstâncias atuais: a desoneração tributária para a construção civil, que pode reverter o quadro de estagnação nas vendas, bem como o nível dos preços.

 

Veículo: Valor Econômico


Veja também

Venda a prazo recua 13,1% na primeira quinzena de março

A média de consultas do Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC), considerado te...

Veja mais
Vendas a prazo caíram 13,1%

A Associação Comercial de São Paulo (ACSP) informou ontem que a média de consultas do Servi&...

Veja mais
IPV tem deflação de 0,20%

O Índice de Preços no Varejo (IPV) da capital, calculado pela Federação do Comércio d...

Veja mais
Índice de varejo leva a ajuste do juro futuro

Após alguns dias seguidos de queda, as projeções de juros embutidas nos contratos de Depósit...

Veja mais
Investimento poderá sustentar taxas próximas a 19% do PIB

Apesar da crise, o comportamento do investimento no Brasil tenderá a se manter num patamar não distante do...

Veja mais
Varejo busca calibrar a dose de cautela

Como calibrar os preços e o "mix" de produtos para ajustá-los à nova realidade econômica tem ...

Veja mais
Brasil perde mil exportadores

Outras mil empresas deixaram de importar, segundo a AEB, num sinal do enfraquecimento do comércio   Mais d...

Veja mais
Inadimplência aumenta e sinaliza acréscimo em parcelamento fiscal

Depois de o governo federal divulgar queda na arrecadação, os Estados começam a sentir um aumento d...

Veja mais
Juro real baixo não garante reação

Os juros reais chegaram ontem a 5,26% ao ano, o menor percentual já observado nos quase 13 anos de históri...

Veja mais